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Economia

Em três décadas, peso médio do frango abatido aumentou quase 50%

É quando o melhoramento genético desenvolve um novo conceito e passa a introduzir no mercado (mundialmente) as atuais linhagens de conformação, mais precoces e com maior produção de carne.

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08 de Abril de 2013 - 14:51

Dados do IBGE relativos ao abate inspecionado de frangos (número de cabeças abatidas e volume de carne delas decorrente) apontam que nas três décadas decorridas entre 1982 e 2012 o peso médio do frango aumentou perto de 50%.

O detalhe a destacar, aí, é que esse aumento foi conquistado paulatinamente, graças ao melhoramento genético e à adoção de sempre renovadas técnicas de produção – ou seja, naturalmente, e não por meios artificiais, como alguns desconhecedores do setor ainda insinuam.

O interessante é que a curva de evolução do peso médio do frango também mostra a eficiência com que a atividade responde aos desafios enfrentados, da mesma forma que serve para indicar situações pontuais de mercado, favoráveis ou desfavoráveis ao setor.

Por exemplo, em meados dos anos 1990 a evolução do peso já dava sinais de esgotamento, registrando-se inclusive alguns recuos anuais (1993, 1994). Mas logo a seguir (1997) há um grande salto no peso médio.

É quando o melhoramento genético desenvolve um novo conceito e passa a introduzir no mercado (mundialmente) as atuais linhagens de conformação, mais precoces e com maior produção de carne.

Quase dez anos depois, em 2006, observou-se outro salto no peso médio, mais modesto que o anterior. Mas este foi determinado pelas condições de mercado observadas naquela ocasião.

Ou seja: com a crise da Influenza Aviária no Hemisfério Norte, caíram as exportações de frango e formaram-se grandes estoques internos.

Sem mercado, grande parte da produção ficou estocada, viva, nas granjas. Daí o peso médio ligeiramente maior daquele exercício.

Em oposição a esse aumento, três anos depois, em 2009, cai o peso médio do frango.

Foi a resposta (rápida) da avicultura à crise econômica mundial iniciada em 2008. Neste caso, sem mercado (externo e interno), o setor pisou no freio e reduziu o ritmo de produção.

O resultado foi uma oferta bem mais ajustada à demanda, a ponto de solicitar a antecipação dos abates. Daí o peso médio ligeiramente inferior ao do ano anterior.

A capacidade de produção instalada para 2013 (segundo todos os indicadores, significativamente menor que a do ano passado) sugere, para o corrente exercício, melhor adequação da oferta à demanda e, por decorrência, um peso médio novamente inferior ao do ano anterior.

Isto, entretanto, só se concretizará se o setor não recorrer a métodos alternativos de aumento da produção, como a extensão no tempo dos lotes de matrizes em criação ou a realização de muda forçada nessas matrizes.