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Economia

Saída de dólares supera entrada em US$ 1,1 bilhão nas duas semanas de julho

De acordo com os dados do BC, as operações de pagamento antecipado ficaram em US$ 1,595 bilhão, nas duas semanas de julho.

Agência Brasil

17 de Julho de 2013 - 14:45

O saldo da entrada e saída de dólares do país, fluxo cambial, ficou negativo em US$ 1, 105 bilhão, nas duas primeiras semanas do mês, de acordo com dados divulgados hoje (17) pelo Banco Central (BC). De janeiro até a segunda semana de julho, o saldo do fluxo cambial ficou positivo em US$ 8,429 bilhões, com resultado negativo do segmento financeiro de US$ 8,845 bilhões e fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) positivo em US$ 17,274 bilhões.

Em julho, até o dia 12, o resultado negativo veio do segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), US$ 1,520 bilhão. O fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) registrou saldo positivo de US$ 415 milhões.

No último dia 3, o BC eliminou as restrições de prazos para que os exportadores financiem pagamentos antecipados. Antes, os exportadores que quisessem antecipar o recebimento das receitas com as vendas para o exterior poderiam pegar empréstimos de até cinco anos. O BC derrubou esse limite, permitindo que financiamentos de prazos mais longos sejam concedidos. A medida tem como objetivo aumentar a oferta de dólares no mercado, empurrando a cotação para baixo.

De acordo com os dados do BC, as operações de pagamento antecipado ficaram em US$ 1,595 bilhão, nas duas semanas de julho. As operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) chegaram a US$ 1,366 bilhão. No total, as exportações ficaram em US$ 7,173 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 6,758 bilhões, nas duas semanas de julho.

Além dessa medida para estimular a entrada de dólares no país e, com isso, ajudar a reduzir a cotação da moeda, o BC retirou o depósito compulsório sobre a posição vendida de câmbio. Com a medida, os bancos deixaram de recolher à autoridade monetária parte dos valores aplicados em apostas de que o dólar vai cair.

O BC também tem feito operações de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para tentar suavizar a alta do dólar. Outra medida do governo foi zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. O governo também decidiu isentar de IOF a venda de moeda estrangeira no mercado futuro.

O mercado financeiro global enfrenta turbulências por causa da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. Se a ajuda diminuir, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.