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Eleições 2020

Em 8 anos, votação da terceira via cresce 589% e desta vez favoreceu MDB na polarização com o PSDB

Flávio Paes/Região News

16 de Novembro de 2020 - 15:06

Em 8 anos, votação da terceira via cresce 589% e desta vez favoreceu MDB na polarização com o PSDB
Empresário Moacyr Almeida obteve 3.219 votos. Ele representou a terceira opção de voto ao sidrolandense. Foto: Marcos Tomé/RN

Além da guerra jurídica deflagrada pelo PSDB para tentar tirar do páreo o candidato do MDB, que teve a candidatura impugnada e precisou recorrer ao TSE para se manter na disputa, de forma surpreendente, um fator de desequilíbrio na polarização histórica entre os dois partidos, foi a expressiva votação do empresário Moacyr de Almeida, a terceira via, inicialmente ignorada e até menosprezada pelos tucanos, que acabou favorecendo Daltro Fiúza.

Em 8 anos, a contar da eleição de 2012 quando o então vice-prefeito a época, Ilsinho Fernandes, rompeu com o PMDB e se lançou candidato a prefeito, os que se colocam como alternativa a este “Palmeiras e Corinthians” da política sidrolandense (comparação emprestada da rivalidade futebolística) estão ampliando, de forma gradativa, a fatia conquistada do eleitorado.

Em 2016, o empresário Haroldo Calves, foi a opção para 1.514 eleitores (6,55%). Eles rejeitaram votar nos outros dois candidatos, Ari Basso, que tentava a reeleição e Marcelo Ascoli, que acabou eleito, com uma dianteira de 1.683 votos na polização com o produtor rural.

Se naquela, agora longínqua campanha de 2012, Ilsinho teve para votação de vereador, seus 547 votos, ou inexpressivos 2,32% dos votos válidos, na eleição deste ano, se transformaram em robustos 3.219 votos, 14,05%, um crescimento de 589%, suficientes para desequilibrar o jogo em favor de Daltro Fiuza, que impôs uma diferença de 1.589 votos sobre Enelvo Felini, margem abaixo das projetadas pelas pesquisas que previam resultado em torno de 2.600 votos.

No cenário hipotético em que 70% desta votação migrasse para Felini, seriam 2 mil votos, mais que suficientes para o tucano derrotar Daltro”

A avaliação unânime nos meios políticos é que o eleitor atraído pelo discurso da “nova política” encampado por Moacyr, com fortes ingredientes do “bolsonarismo” raiz (que pelo menos na retórica, rejeita alianças, o fatiamento de cargos no Governo como arranjo de alianças), eram potenciais simpatizantes de Enelvo.

Sem o apoio de forças políticas, sustentado num partido com 37 segundos de tempo no horário eleitoral, Moacyr transformou as redes sociais na sua tribuna. O debate na Jota FM, há uma semana da eleição, quando literalmente, quase pôs a nocaute o ex-prefeito, ajudou a conquistar boa parte dos indecisos.

A campanha do PSDB, na reta de chegada, adotou o discurso de que só seriam validados os votos em Enelvo e Moacyr, sensibilizou parte da população, mas quem acabou favorecido, foi o candidato do Patriota, partido que não teve inclusive o apoio do único vereador na Câmara, Celso Pereira, não reeleito, que fez campanha para o candidato do PSDB.