Esporte
Presidente do Corinthians isola o seu vice em investigação sobre Itaquera
Na semana passada, o vice André Luiz Oliveira, o André Negão, foi levado coercitivamente para depor em virtude de citação na 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa
Ga
31 de Março de 2016 - 14:57
O presidente Roberto de Andrade desvinculou o Corinthians das investigações da Polícia Federal sobre o suposto pagamento de propinas para a construção do estádio de Itaquera. Na semana passada, o vice André Luiz Oliveira, o André Negão, foi levado coercitivamente para depor em virtude de citação na 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa. Ele se livrou da prisão em flagrante foram encontradas duas pistolas com licenças vencidas em sua casa, no bairro do Tatuapé graças ao pagamento de uma fiança de R$ 5 mil.
Vamos primeiro esclarecer que não existe investigação ao Corinthians. O que surgiu foi o nome de um conselheiro e hoje vice-presidente nosso. A questão está em nome dele. Do Corinthians, não tem nada, isolou Roberto de Andrade, sem fazer as vezes de advogado de André Negão. Não tenho nada a falar da vida pessoal de cada um. O que tenho que defender é a instituição Corinthians. E, em tudo o que a Justiça precisar do Corinthians, estarei à disposição para atendê-los e servi-los.
O vice de Roberto de Andrade retomou a sua rotina nos últimos dias, exibindo vídeos e fotografias dos seus exercícios matinais na academia do Parque São Jorge e de participações em eventos como representante do deputado federal Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. André é suspeito de ter recebido R$ 500 mil em propinas durante as obras em Itaquera.
Ainda que evite associar o Corinthians à investigação, Roberto de Andrade fez uma ponderação ao falar especificamente sobre o seu vice. Temos que esperar as coisas acontecerem. Não podemos pré-julgar ninguém. Não tenho poder de polícia, de Justiça, de nada. Vamos aguardar as coisas serem concluídas para falar alguma coisa. Não podemos sair julgando alguém sem saber o que aconteceu, disse.
Também está descartada a possibilidade de André Negão perder o seu cargo no Corinthians. A não ser que seja da vontade do investigado, que não demonstra qualquer intenção de ficar distante do clube. Não existe afastamento porque ele é um vice-presidente eleito. Para existir, tem que ser por conta e risco dele. Ele não pode ser afastado, avisou Roberto.
Proteger o Corinthians nas investigações da Polícia Federal, isolando André Negão, ajuda o mandatário a manter as esperanças de encontrar uma empresa interessada em comprar os direitos de nome da arena. Segundo ele, no entanto, a menção a Itaquera na Lava Jato não implica em nenhum impacto nas negociações.
Ao mesmo tempo em que busca um parceiro, o Corinthians também pressiona a Odebrecht por apontar que houve diferenças consideráveis entre o projeto do estádio e aquilo que foi entregue pela empreiteira. O objetivo do clube é abater a sua dívida dessa maneira.
No final de fevereiro, um pedaço de cerca de 500kg do teto da entrada principal de Itaquera desabou. Roberto de Andrade não hesitou em criticar a Odebrecht ao recordar o problema: A perícia ainda está em andamento, mas deve ter sido alguma coisa malfeita, né? Se não fosse assim, não cairia. O importante é que está consertado. O porquê de cair não importa. Caiu. Não vai mais acontecer porque estamos realizando a perícia.




