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Policial

Preso que participou de massacre e liderou motim está na lista de foragidos

Em junho o preso participou do assassinato de 10 pessoas em uma dos presídios paraguaios.

Campo Grande News

19 de Janeiro de 2020 - 18:36

Apontado como líder de um motim no presídio de Cambyretá e um dos responsáveis pelo massacre de 10 presos na Penitenciária de San Pedro, Jackson da Silva de Paula está na lista de foragidos do Presídio de Pedro Juan Caballero, na divisa com Mato Grosso do Sul. Ao todo, 75 internos estão foragidos, 40 deles são brasileiros e integrantes do PCC (Primeiro Comanda da Capital).

O massacre aconteceu em 16 de junho do ano passado e ainda deixou vários feridos. Depois do episódio, Jackson foi transferido para presídio de Cambyretá e lá liderou um novo motim. Junto com outros dois presos fizeram o chefe da segurança na unidade como refém e fugiram em direção a Foz do Iguaçu, município do Paraná, em setembro.

Na data, integrantes do PCC conseguiram armas e invadiram o setor administrativo do presídio, onde renderam o chefe de segurança. O subchefe dos guardas e um agente ainda tentaram impedir a ação e foram baleados.

Jackson e os dois comparsas roubaram uma BMW e fugiram. No entanto, o carro quebrou no caminho e eles decidiram continuar a fuga a pé por uma mata, sempre usando o refém como escudo. Ainda assim, foram cercados. Após 3 horas de negociação o trio se rendeu e entregou as armas. Desde então, o brasileiro estava em Pedro Juan Caballero.

Willian Santos de Jesús, também indiciado pelos assassinatos no massacre, estava na penitenciária de Pedro Juan Caballero e assim como o comparsa, fugiu nesta madrugada.

Ala do PCC – Como os outros 74 presos que fugiram nesta madrugada, Jackson estava em uma ala do presídio destinada a integrante da facção paulista. Uma fiscalização feita na unidade logo depois do massacre na Penitenciária de San Pedro revelou que os internos do pavilhão tinham acesso a uma “cela VIP”.

O local contava com uma televisão de última geração, cama box, geladeira, videogame, sistema de som e até um banheiro confortável e moderno, bem diferente do padrão da unidade. Ainda foram encontrados na cela cremes hidratantes, celulares e até garrafas de uísque. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, o PCC já tem 400 membros em presídios paraguaios.

Liberação ou fuga – Após a fuga em massa dessa madrugada, as autoridades descobriram um túnel em uma das celas e encontraram vários sacos de terra guardados no alojamento. Ainda assim, a indícios que a maioria dos presos tenha escapado pelo portão principal do presídio.

Segundo o ministro do interior no Paraguai, Euclides Acevedo, “houve a liberação dos presos” e o túnel escavado foi utilizado apenas para “legitimar a liberação” dos internos. A polícia ainda investiga a saída de outros internos do presídio ao longo da semana passada. “Uns 15 saíram uns dias antes”, alegou.