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Política

Só 4 deputados estiveram em todas as sessões da Assembleia

Em fevereiro foram dez reuniões em plenário, apenas quatro parlamentares tiveram 100% de presença.

Correio do Estado

03 de Março de 2020 - 14:10

Só 4 deputados estiveram em todas as sessões da Assembleia

Em ano eleitoral deputados estaduais já sinalizam que a frequência será baixa na Assembleia Legislativa. Isso porque das primeiras dez sessões de 2020, apenas quatro parlamentares tiveram 100% de presença. Os demais faltaram pelo menos uma sessão. E têm aqueles que tiveram sete faltas em menos de um mês de atividades legislativas, comparecendo em apenas três sessões. É o caso dos deputados Neno Razuck (PTB) e do deputado Jamilson Name (sem partido).

O parlamentar do PTB justificou as faltas alegando que estava em tratamento de saúde. “Estou cuidando do pulmão, mas já estou tratando e (as faltas) foram justificadas com atestado”, afirmou Neno. O segundo deputado que mais faltou, Jamilson Name, justificou sua ausência alegando que estava em agenda externa para investimentos no interior do Estado.

Três parlamentares ocupam o terceiro lugar de mais faltosos, entre eles Felipe Orro  (PSDB). O deptuado está à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa e chegou a reclamar das faltas dos demais integrantes do grupo responsável por investigar possíveis irregularidades na concessionária de energia. “Estou tendo dificuldade com isso (presença de deputados na CPI). Até teve sessão que foi cancelada por falta de quórum, porque só tínhamos dois parlamentares - Orro e o vice-presidente, deputado Renan Contar, do PSL”, disse o deputado do PSDB.

Apesar de comparecer às reuniões da CPI, Contar também faltou metade das dez sessões de 2020. O deputado do PSL é o nome cotado pela presidente da sigla estadual, senadora Soraya Tronicke, para pleitear a Prefeitura de Campo Grande, nas eleições de outubro.

Os deputados João Henrique Catan (PL) e Onevan de Matos (PSDB) também fazem parte do grupo de parlamentares que foi apenas em cinco das dez sessões de 2020.

Na sequência estão os deputados Lídio Lopes (Patriota), Marçal Filho (PSDB) e Eduardo Rocha (MDB) com quatro faltas e José Carlos Barbosa (DEM), pré-candidato pelo partido a prefeitura de Dourados, com três faltas. O democrata até pediu licença da CCJ para poder se dedicar a pré-candidatura na segunda maior cidade do Estado.

Esse também foi um pedido do presidente da Casa de Leis, deputado Paulo Corrêa (PSDB), ele alertou para que os parlamentares, que forem se candidatar, não ocupem espaços em comissões importantes para que os trabalhos na Assembleia não sejam prejudicados.

Os deputados Renato Câmara (MDB) e Londres Machado faltaram duas vezes e os parlamentares Rinaldo Modesto (PSDB), Antonio Vaz (Republicanos), Lucas de Lima (SD), Herculano Borges (SD) e Coronel David (PSL), Zé Teixeira (DEM) e Márcio Fernandes (MDB) foram os que menos faltaram, apenas uma vez. O último também é pré-candidato a Prefeitura de Campo Grande.Todas as faltas foram justificadas.

PRESENTES  

O levantamento foi feito baseado no grupo de 23 deputados, o presidente da Casa de Leis não entrou no ranking, pois ele não participa das votações, apenas quando é necessário o voto de desempate. Das dez sessões deste ano, apenas uma foi usada para votação, porém, como a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) não estava criada, a sessão do dia 17 de fevereiro teve apenas vetos de 2019 apreciados.

Neste dia de sessão, todos os vetos do Executivo estadual foram mantidos. O primeiro projeto era sobre homenagem a profissionais da segurança, de autoria dos deputados Rinaldo Modesto, Coronel David e Cabo Almi (PT), o segundo era sobre criação de farmácia popular, de autoria do deputado Neno Razuk e o terceiro era sobre aumento da segurança em bares e restaurantes para mulheres em situação de risco.

Dos 23 deputados, apenas quatro compareceram 100% em todas as sessões. São eles: Cabo Almi e Pedro Kemp do PT, Evander Vendrmini do PP e o líder do Governo, Gerson Claro (PP).

O deputado Herculano Borges, que teve uma falta, já havia alertado sobre a frequência dos parlamentares. “Com certeza vão faltar, mas terá quórum para apreciar as matérias importantes. Faltar um ou outro, isso vai acontecer”, disse o deputado.

Ele adiantou também que, mesmo não sendo pré-candidato pelo Solidariedade, tem compromisso de apoiar o pré-candidato do partido, Marcelo Miglioli para concorrer à Prefeitura de Campo Grande. Miglioli foi secretário de Infraestrutura do primeiro mandato do governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) e conversas de bastidores apontam que, devido ao vínculo do ex-tucano com o chefe do Executivo estadual, Miglioli seria “o candidato do governador”.

O levantamento das faltas dos parlamentares foi feito por meio de informações obtidas na Assembleia Legislativa e da permanência da reportagem do Correio do Estado in loco.