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Sidrolândia

Pedreiro da Bahia recomeça vida em Sidrolândia após encontrar cara-metade na internet

Os dois se conheceram há dois anos, passaram a namorar pela internet.

Flávio Paes/Região News

31 de Maio de 2020 - 20:17

Pedreiro da Bahia recomeça vida em Sidrolândia após encontrar cara-metade na internet

O que em 2018 nasceu como acampamento na antiga esplanada ferroviária, transformou-se numa ocupação irregular, sem um desenho urbanístico, atendida por ligações de água e luz precárias, batizada de Vila Jatobá, entre tantas famílias (estimadas entre 120 e 140 porque o poder público sequer providenciou um cadastramento) há histórias de recomeço interessantes. Uma das delas, apuradas pela reportagem do Região News, é a do casal José Marques e Aparecida Guardalim, que veio de Anastácio há dois anos para participar da ocupação da antiga esplanada, organizada pela CUT.

Ele é pedreiro, trabalha na construção do prédio na Avenida Antero Lemes, natural de Vitória da Conquista (interior da Bahia), que há 90 dias chegou a Sidrolândia, vindo de Guarulhos. Os dois se conheceram há dois anos, passaram a namorar pela internet. José, que tem 54 anos, veio a Mato Grosso do Sul para conhecer a família e a própria namorada pessoalmente, transformando em real, o relacionamento até então virtual.

Ficou uma semana em Anastácio (onde os familiares dela moram) e há três meses veio conhecer a cidade onde dona Aparecida ocupa um lote na antiga esplanada ferroviária. Gostou, aproveitou para comprar por R$ 6 mil o “direito” de posse vizinho ao da companheira, que integrou o grupo originário da ocupação deflagrada em 2018. “Gostei daqui. É um lugar tranquilo, que está crescendo, oferece oportunidades de trabalho”, avalia. Uma realidade diferente daqui enfrentava em Guarulhos, uma cidade de 3 milhões de habitantes, maior que boa parte das capitais brasileiras.

Diante da omissão do poder público, ninguém sabe exatamente se todos os moradores do Assentamento Jatobá, de fato são pessoas que estão em busca de uma área para sua casa própria e assim fugir do aluguel. As estimativas variam de 120 a 150 famílias. Muita gente que entrou na área em 2018, foi embora, venceu o direito de posse” e há evidentes situações de especuladores. Muita gente, proprietário de imóveis na cidade, comprou a posse de vários lotes (que hoje são negociados a R$ 12 mil, construiu muros, colocou grade e portões na frente, mas não ergueu um metro quadrado de parede.