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MP denuncia deputado e outras 10 pessoas por organização criminosa do jogo do bicho

Os primeiros suspeitos da operação Successione foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

G1 MS

30 de Dezembro de 2023 - 09:54

MP denuncia deputado e outras 10 pessoas por organização criminosa do jogo do bicho
Neno Razuk é alvo de operação contra jogo do bicho. Foto: Wagner Guimarães/ Reprodução

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou o deputado estadual Neno Razuk (PL-MS) e outras 10 pessoas por envolvimento em uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho.

As 11 pessoas são acusadas de integrar um grupo criminoso que agia ilegalmente para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. O advogado João Arnar, que representa Neno Razuk, disse não ter conhecimento da denúncia.

A peça foi protocolada em 19 de dezembro. No dia 20, o judiciário entrou em recesso. Isso não impede o andamento, pois há plantão nas varas judiciais.

Conforme apurado pelo g1, a denúncia ainda não teve apreciação pela Justiça. Nessa fase, o magistrado responsável pode transformar o parlamentar e os outros denunciados em réus, ou rejeitar a acusação do MPMS.

As 11 pessoas são acusadas pelo Gaeco de “constituir uma organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupções, entre outros”.

Ao longo de mais de 500 páginas, o Gaeco apresenta relatórios e elementos que ligam o deputado estadual ao jogo do bicho. Para o MPMS, Neno Razuk "conquistou" espaço em Campo Grande após a queda da família Name, antiga detentora do comando do jogo do bicho na capital. Veja o vídeo acima.

"A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, naturalmente fomenta a prática de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade, como visto em episódios semelhantes ocorridos em todo o território nacional", detalha parte do documento acessado.

De acordo com a investigação do MP, o deputado atuava com as máquinas do jogo do bicho no interior do estado. Após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho, na operação Omertà, Neno teria entrado na disputa pelo poder de controle da contravenção em Campo Grande.

Nesta disputa por espaço, a organização criminosa supostamente comandada pelo deputado teria se envolvido em uma série de roubos à mão armada, durante o dia e no centro da cidade. A apuração do Gaeco dá detalhes de que estes crimes ocorriam para cooptação de seguranças de uma quadrilha rival, que também disputa espaço do jogo do bicho na capital.

A segurança pública e esquemas criminosos, em Campo Grande, voltam ao centro das investigações. A operação deixou evidente que policiais eram usados como "seguranças particulares" do chefes de organizações criminosas ligadas ao jogo do bicho.