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Mato Grosso do Sul

Justiça absolve ex-comandante acusado de envolvimento com a Máfia do Cigarro

Na época da deflagração da operação, em maio de 2020, sete oficiais foram presos pelo Gaeco.

Midiamax

12 de Maio de 2021 - 10:53

Justiça absolve ex-comandante acusado de envolvimento com a Máfia do Cigarro
Foto: Divulgação

O ex-comandante da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar, sediada em Sidrolândia, tenente-coronel Jidevaldo Souza Lima, foi absolvido pela Justiça da acusação de envolvimento com a Máfia do Cigarro. Jidevaldo, que atuou na cidade até maio de 2019 (após 8 meses na função) já estava em liberdade.

Ele foi já preso em maio de 2020 durante a deflagração da Operação Avalanche realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) a chamada ‘máfia dos cigarreiros’. Na ocasião, sete oficiais foram presos. Jidevaldo foi absolvido por cinco votos a zero. Tendo o juiz togado não reconhecendo existir prova de corrupção ou participação em organização criminosa do militar.

Quando da deflagração da operação foram cumpridos nas cidades de Campo Grande, Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana e Dourados, sendo 7 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar de Mato Grosso do Sul, e o Gaeco contou com apoio da Promotoria de Justiça da Auditoria Militar e a Corregedoria-Geral da Polícia Militar de MS.

Operação Oiketicus III

A operação Avalanche é um desdobramento da Oiketicus e está em sua terceira fase, com cumprimentos de mandados em várias cidades do Estado. Em Dourados, a casa do comandante do 3º batalhão local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.

A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

Policiais presos na 1º fase

São eles Admilson Cristaldo Barbosa, Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelúcio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira, Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Luciano Espindola da Silva, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Oscar Leite Ribeiro, Ricardo Campos Figueiredo, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.

Inocentados 

Aparecem na lista dos inocentados Anderson, Claudomiro, Claiton, Clodoaldo, Kleber, Nazário, Nestor, Nilson, Roni, Salvador e Wagner. Os outros foram condenados, mas nem todos respondem pelos mesmos crimes. Dentre eles, Angelucio, Elvio, Erick, Francisco, Ivan, Jhondnei, Lisberto e Valdson tiveram pedidos acatados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumprem as condenações em liberdade, com medidas restritivas.

Tenente-corenel absolvido 

Foi absolvido pela Justiça das acusações de corrupção passiva, peculato e associação criminosa, o tenente-coronel Erivaldo José Duarte, que acabou preso durante a deflagração da Operação Avalanche, feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em maio de 2020. A absolvição foi determinada em fevereiro deste ano, quando pela maioria dos votos o tenente teve a rejeição das denúncias imputadas a ele. Erivaldo sucedeu Jidevaldo no comando da 8ª Cia.