Policial
Acusado de estupro coletivo na Índia já apareceu em reality show
O motorista procurou ajuda em programa no qual a apresentadora, Kiran Bedi, hoje uma ativista contra a corrupção, ajudava a resolver disputas judiciais
Jornal do Brasil
11 de Janeiro de 2013 - 08:11
O motorista do ônibus e suposto líder da gangue que estuprou e acabou causando a morte de uma jovem na Índia, em dezembro do ano passado, já participou de um reality show no país há três anos, em programa comandado por uma ex-policial de alto escalão.
Ram Singh é um dos cinco acusados pelo crime. A estudante de fisioterapia de 23 anos de idade morreu em 29 de dezembro, duas semanas depois de ter sido espancada e estuprada em um ônibus em movimento, em Nova Délhi, sendo, em seguida, jogada sangrando na rua.
O motorista procurou ajuda em programa no qual a apresentadora, Kiran Bedi, hoje uma ativista contra a corrupção, ajudava a resolver disputas judiciais. No episódio, Singh queria uma compensação por supostos ferimentos nas mãos causados depois de um acidente de trânsito, o que era recusado pelo proprietário da empresa.
O motorista alegara na época que estava cansado de recorrer a tribunais, e por isso pediu ajuda no reality show. O dono da empresa, no entanto, além de recusar, ainda acusou o funcionário de negligência, imprudência e dirigir embriagado.
Kiran Bedi lembra que o caso foi um dos poucos onde não houve acordo entre as partes. Bedi acrescentou que, quando todos viram as evidências, ela percebeu que o motorista é quem estava errado.
Ram Singh deve se declarar inocente durante o julgamento, fato já adiantado pelo seu advogado, V.K. Anand, depois de reunião de duas horas com o cliente na prisão Tihar. Advogados de defesa dos acusados alegam erros durante a investigação do caso, que gerou comoção e protestos por todo o mundo.