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Policial

Alex atende ligação de madrugada, sai de casa e encontra morte a 150 metros dali

Por volta da 1h20 da madrugada de segunda-feira recebeu uma ligação. Saiu em seguida para nunca mais voltar. Foi assassinado na Rua Generoso Ponce

Flávio Paes/Região News

17 de Janeiro de 2017 - 09:45

Alex Pereira Gomes, o jovem de 24 anos morto com 4 tiros na madrugada de segunda-feira, tinha uma biografia conturbada. O vício, acabou o empurrando para a criminalidade, que acabou custando sua vida. “Apesar de tudo, ele não merecia morrer deste jeito”, comenta emocionada a irmã Daniela Oliveira, 27 anos, que cumpriu a dolorosa missão de viajar até Campo Grande, acompanhar a liberação do corpo no Instituto Médico Legal e Odontológico, voltar pra casa e providenciar o velório e sepultamento.

Desempregado, em liberdade há um ano e cinco meses, após uma temporada preso acusado de participar de assaltos em Sidrolândia e Bonito, Alex teve um domingo tipicamente familiar em companhia da mãe, dos irmãos na casa onde morava na Rua Adalto de Brito, no Jardim Pindorama. O pai trabalha em Florianópolis, não pode vir para o velório.

Por volta da 1h20 da madrugada de segunda-feira recebeu uma ligação. Saiu em seguida para nunca mais voltar. Foi assassinado na Rua Generoso Ponce, a 150 metros de onde residia. O estampido de sete tiros teriam sido ouvidos, mas os legistas encontraram quatro projéteis no seu corpo. O assassino teria chegado de passageiro numa motocicleta pilotada pelo comparsa. As suspeitas iniciais recaíram sobre dois conhecidos do rapaz (Paulo Alves da Silva, 33 anos e Reginaldo de Souza Alves, 40 anos).

No último dia 6, Alex registrou boletim de ocorrência contra eles, os acusando de agressão na Rua Tiradentes, quando também levaram seu celular e a bicicleta. Os dois negaram o assalto e garantiram que Alex devia a Reginaldo R$ 600,00, dinheiro que tinha sido levado enquanto bebiam num bar no dia anterior a abordagem na Rua Tiradentes, dia 5 de janeiro. Ao perceber a aproximação de João Paulo e Reginaldo, Alex teria fugido, deixando a bicicleta e o celular no chão.

Em 2011, Alex foi preso apontado pela Polícia como um dos integrantes de uma quadrilha responsável por assaltos na cidade, Nioaque e Bonito. Além dele, foi preso em Sidrolândia, Edson da Silva dos Santos, na época com 22 anos, o Mosquito. Em Bonito foram presos Weber Novais dos Santos, George Gadiel Souza Ribeiro, conhecido como Japa, Edmar da Silva dos Santos (19 anos), o Mazinho, Claudemir Fernandes Gonçalves (24 anos), o Miro, além do menor L.S.S, de 16 anos.

Os dois presos em Sidrolândia, Alex e Edson, junto com George Gadiel Souza e Weber Novais, confessaram que no último dia 30 de outubro invadiram uma chácara localizada no prolongamento da Rua Alagoas e mantiveram reféns por aproximadamente três horas, uma família inteira. Os marginais brincaram de roleta de russa com a dona da casa, S.G.B e ainda agrediram o filho dela, uma adolescente de 15 anos.

Foram horas de terror em que os assaltantes ameaçaram matar mãe e filho caso não informasse onde ficava o cofre da casa. Acabaram levando tudo de valor que encontraram, deixando os dois amarrados no banheiro com o fio do ventilador.

Eles levaram joias avaliadas em R$ 15 mil, R$ 1,2 mil em dinheiro, uma câmera fotográfica, um net book, um Playstation, além de pertences pessoais. A Polícia conseguiu recuperar parte do material roubado na casa do pai de George. No Jóquei Clube, onde George e Weber estavam morando foram localizados o videogame, o computador e a filmadora.

Além da investida contra a família residente nesta chácara no prolongamento da Rua Alagoas, integrantes do grupo, Mazinho (Edson da Silva), George e Weber, confessaram que em setembro participaram do assalto ao Posto Pé de Cedro, localizado na saída para Maracaju em setembro passado. Os bandidos arrombaram o cofre do escritório e levaram o malote com dinheiro, cheques e uma grande quantia em moedas.

Eles foram reconhecidos por um casal como os marginais que assaltaram a casa deles localizada na Estação Bolicho, quilômetro 399 da BR-060. Eles renderam Almir Vieira e Elizeth Pereira de Arruda Vieira, quando chegavam em casa por volta da 19 horas no último dia 05 de outubro. Os marginais levaram aproximadamente R$ 1 mil em dinheiro, várias bijuterias e um relógio de pulso.

As vítimas ainda não haviam registrado o boletim de ocorrência do roubo. Depois de lerem as noticias e fotografias dos marginais presos, reconheceram no grupo os assaltantes que as surpreenderam no início do mês de outubro.