Policial
Cinco mulheres e dois homens vão decidir se Mizael matou Mércia
G1
14 de Março de 2013 - 09:09
Cinco mulheres e dois homens devem decidir nesta quinta-feira (14) se Mizael Bispo de Souza é culpado ou inocente da acusação de assassinar Mércia Nakashima, há três anos em Nazaré Paulista, interior de São Paulo. Elas são uma estudante universitária, duas professoras, uma analista financeira e uma funcionária pública. Eles são um ajudante geral e um instalador de som. As idades dos sete jurados giram em torno de 18 anos a cerca de 40 anos de idade. As informações foram apuradas pelo G1 no Fórum de Guarulhos, onde desde segunda-feira (11) ocorre o julgamento do advogado e policial militar.
A maioria dos votos dos jurados vai determinar se o réu continuará preso ou se será solto no júri popular. Ele é acusado de matar a advogada em 23 de maio de 2010, por que ela não queria mais reatar o namoro com ele. O carro e o corpo da ex-namorada foram encontrados nos dias 10 e 11 de junho, numa represa da cidade vizinha. Ela levou dois tiros, mas morreu afogada dentro do veículo após ter desmaiado. O automóvel tinha sido empurrado para dentro d'água, onde ficou submerso.
No seu interrogatório, nesta quarta-feira (13), terceiro dia do julgamento, Mizael negou o crime em sua defesa diante do juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano. O Ministério Público refuta a presunção de inocência do réu. A acusação sustenta que ele teve ainda a ajuda do vigia Evandro Bezerra Silva para fugir da represa. Na audiência de instrução, o vigilante, que só será julgado em 29 de julho, confirmou ter ido buscar o ex-namorado de Mércia em Nazaré Paulista. Apesar disso, o suposto comparsa negou ter participado do homicídio, porque não sabia do plano de Mizael para matar a vítima.
Além da confirmação de Evandro de que foi pegar Mizael na represa, outras provas da promotoria para tentar convencer os jurados que o acusado esteve na cena do crime são laudos da perícia da Polícia Técnico-Científica: o cruzamento do rastreador do carro dele com as ligações feitas para seus telefones celulares; e a alga encontrada em seu sapato (que é compatível com a encontrada na represa).
As provas são consistentes e colocam Mizael como o assassino de Mércia, afirmou o promotor Rodrigo Merli Antunes, que indicou cinco testemunhas para o júri popular. Todas falaram. O principal depoimento foi do delegado Antonio de OIim, que investigou o caso e incriminou Mizael e Evandro.
Os advogados de Mizael contestam as provas do MP. Desde o início dos trabalhos no plenário, Ivon Ribeiro, Samir Haddad Júnior e Wagner Garcia tentaram desqualificar os resultados dos exames apresentados pela acusação. Para isso, confrontaram divergências técnicas nos laudos, sugerindo que eles tiveram falhas e são inconclusivos.
Nesta manhã, ocorrerão os debates entre acusação e defesa. Após essa etapa, os jurados devem se reunir numa sala secreta onde responderão perguntas feitas pelo juiz. Uma delas deverá ser se Mizael matou Mércia. As respostas serão contabilizadas e partir delas, o juiz dará a sentença.




