Policial
Defensora Pública pede revogação de internação provisória de menores
Dr. Regina Célia pede imediata revogação da internação e a colocação dos menores em liberdade sob reponsabilidade de seus familiares.
Marcos Tomé/Região News
09 de Novembro de 2012 - 08:51
A Defensora Pública, Regina Célia Rodrigues Magro, pediu a revogação de internação provisória dos 4 menores que foram presos na noite da última segunda-feira (05/11), minutos após terem praticado assalto a mão armada no Bar São Lucas, no Bairro São Bento, de onde levaram dinheiro, aparelhos celulares e bebidas.
Os adolescentes, desde suas apreensões estão internados na Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia (cadeia pública) em condições, segundo a Defensoria, subumanas. Drª. Regina Célia garantiu que os menores estão sem água para beber, tomar banho e até mesmo, para uso na descarga do vaso sanitário, isso sem contar, que não há colchões na cela.
Eu estive lá e averiguei o caso. Abri registro por registro e nenhum funciona, impossibilitando a utilização dos sanitários, comenta. Quando questionada se os jovens estariam utilizando algum outro mecanismo para suas necessidades fisiológicas (banheiro fora da cela), a Defensora foi enfática em afirmar que os adolescentes não desfrutam deste privilegio, ou seja, permanecem na cela com o sanitário entupido.
Outra preocupação que agrava a situação é o fato de a delegacia não fornecer alimentação aos menores. A Delegada Drª. Debora Mazola, explica que neste aspecto não há licitação por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado, em decorrência das obras de reforma e ampliação do prédio (os presos são recambiados para DEPAC em Campo Grande).
A Defensora não aceitou as explicações, e em sua avaliação, é de responsabilidade da Delegada zelar pelos presos sob sua custodia. Em casos de emergência a lei permite a dispensa de licitação. É um dever da Delegada, prover as necessidades básicas dos que estão sob sua guarda, comenta.
Em sua representação ao Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude em exercício, Drª. Silvia Eliane Tedardi, a Defensora alega omissão da Delegada que teria ficado inerte quanto a situação de necessidades básicas dos presos atribuindo responsabilidade ao Poder Judiciário. A ilustre Delegada absurdamente pede, por meio de seus servidores subordinados, para os próprios familiares levarem alimentação para os menores, relata.
Para agravar, Drª. Silvia Tedardi solicitou licença médica e não pode acompanhar o caso. A juíza da 7ª Vara Civil de Campo Grande, Drª. Gabriela Muller Junqueira quem vai avaliar o pedido da Defensoria Pública de Sidrolândia. Dr. Regina Célia pede imediata revogação da internação e a colocação dos menores em liberdade sob reponsabilidade de seus familiares, ou, que sejam tomadas providências para o imediato recambiamento dos adolescentes para uma das UNEIS do Estado.
A Defensora pede ainda que seja determinado à autoridade policial, imediatas providencias para assegurar aos jovens o fornecimento de água para o consumo e banho, colchões e alimentação diária, enquanto permanecem sob custódia, sob advertência de crime de desobediência e de responsabilidade.