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Policial

Garota grávida de padre prestará novo depoimento para comprovação de assédio

Para não restarem dúvidas quanto à possibilidade de a jovem ter sido assediada sem conseguir se opor, ela será submetida ao depoimento sem danos

Correio do Estado

30 de Setembro de 2015 - 17:00

Em depoimento realizado na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), a garota de 16 anos, supostamente grávida de um padre, negou o estupro e afirmou ter consentido com a prática sexual desde fevereiro de 2015, quando deram início a um relacionamento amoroso.

Para não restarem dúvidas quanto à possibilidade de a jovem ter sido assediada sem conseguir se opor, ela será submetida ao depoimento sem danos. As informações são do delegado Paulo Sérgio Lauretto.

O procedimento mencionado pelo delegado refere-se a um depoimento considerado fundamental nesses tipos de crime porque é acompanhado por psicólogo e acontece em um lugar seguro, fora do prédio da delegacia.

Conforme o delegado, a garota foi evasiva nas declarações e não quis detalhar a relação dela com o padre Jocerlei José Tavares. "Primeiro ela disse que tinha sido estuprada por um desconhecido. Ela demorou para dizer quem era".

O padre ainda não prestou depoimento e a polícia deve conversar ainda com os familiares da adolescente e o círculo de amigos dela.

Lauretto explicou que o artigo 217-A do Código Penal estabelece como estupro de vulnerável “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos”, porém, conforme o inciso 1º “incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”.

"Existe a possibilidade de assédio sexual pela posição hierárquica do padre", pontuou o delegado, reafirmando o posicionamento da garota em negar essa hipótese. "Mas ela vai passar pelo depoimento sem danos, com acompanhamento psicológico e pode ser que fale".

O CASO

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar se houve estupro no caso do padre Jocerlei José Tavares, afastado da função de Vigário Paroquial na Paróquia Santa Rita de Cássia depois de denúncia de que teria engravidado uma adolescente de 16 anos, em Campo Grande. 

O boletim de ocorrência foi registrado na sexta-feira (25) depois de a mãe da menina levá-la até a Santa Casa, com a suspeita de que a adolescente estivesse com problemas renais, devido a apresentar inchaços no corpo. No hospital, foi constatado a gravidez e a menina confessou o relacionamento com o religioso.