Jateí: Trabalho estimula disciplina e dá novas perspectivas a reeducandas

Ativado há pouco mais de dois meses como unidade feminina, o Estabelecimento Penal “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí, tem como opção de trabalho para internas a prestação de serviços para uma empresa de confecção da região. O trabalho já existia quando o presídio era destinado aos homens e prosseguiu mesmo com a mudança para presídio feminino.

Treze internas trabalham na parte de revisão de peças de roupa que são levadas até o presídio. O serviço é feito na própria cela ou no solário (espaço dedicado ao banho de sol). Pelo trabalho – além de remição de um dia na pena para cada três trabalhados – elas são remuneradas.

Conforme dados repassados pelo Setor de Trabalho do estabelecimento prisional, atualmente 47 custodiadas trabalham, representando 70% do total. Na unidade, são várias as opções de ocupação produtiva oferecidas: horticultura, artesanato, serviços de manutenção, cozinha, revisão das malharias, entre outras.

A reeducanda A. P. S., 37 anos, é uma delas. Natural de Dourados e presa por tráfico de entorpecentes, ela garante que enxerga a oportunidade como “uma lição de vida”. Trabalhando por meio da parceria com a empresa de confecção, A.P.S. conta que o trabalho no presídio tem muitas funções positivas. “Ocupo meu tempo, estou remindo a minha pena e ainda consigo ajudar a minha família com o dinheiro que eu ganho”, ressalta. “Essa é minha primeira cadeia (sic) e o trabalho aqui está ajudando. Tem como a gente melhorar e pensar num futuro melhor”, conclui.

A opinião da interna é compartilhada pela direção do presídio. Segundo a diretora do local, Maria Lúcia de Souza, o trabalho tem sido extremamente importante para as reeducandas e para a rotina do presídio. “Acalma, dá uma perspectiva a elas e ainda nos ajuda a manter a disciplina”, garante. "Para a seleção do trabalho, um dos principais critérios levados em conta é o bom comportamento”, enfatiza Maria Lúcia.

Escola

Já está em funcionamento uma sala de aula no presídio, com oferecimento de ensino a nove internas matriculadas para cursar da alfabetização à 4ª série. O ensino no presídio, como nas demais unidades penais do Estado, é coordenado pela Escola Estadual Polo Regina Anffe Nunes Betine e acontece pelo sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A unidade penal

Até novembro do ano passado, o Estabelecimento Penal “Luiz Pereira da Silva” alojava pessoas do sexo masculino, sendo transformado em unidade feminina para receber reeducandas da grande Dourados, como parte do plano estratégico da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), visando ao aperfeiçoamento do gerenciamento de vagas do sistema prisional na região.