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Policial

Mulher encontrada em ‘cemitério’ de quadrilha foi enforcada por corda

Conforme a polícia, as investigações começaram em setembro deste ano, após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o "Leleco"

Campo Grande News

23 de Novembro de 2016 - 10:21

A Polícia Civil acredita que a quarta ossada encontrada na tarde de ontem (22), no “cemitério” da quadrilha que explorava sexualmente viciados em drogas é de Ana Cláudia, 37 anos. Ela está desaparecida desde setembro do ano passado e teria sido enforcada com uma corda.

Além de Ana Cláudia, a polícia encontrou as ossadas que seriam de Café, Alemão e Bruninho. Os quatros e pelo menos mais seis, que continuam desaparecidos, eram explorados pela quadrilha, que agia no Bairro Danúbio Azul, na Capital. O esquema foi desmontado pela Polícia Civil no dia 10 deste mês em que oito pessoas envolvidas foram presas.

As informações foram divulgadas pela assessoria de comunicação da polícia, que ainda revelou que a princípio os investigadores buscavam os ossos de Jhenifer Lima da Silva, 15 anos. Ela está desaparecida há dois anos.

Porém, segundo a polícia, uma mudança por conta de uma curva de nível formada em uma das esquinas, no Jardim Veraneio – bairro a leste de Campo Grande, nas imediações do Parque dos Poderes, pode ter desconfigurado o local exato.

Caso – O “cemitério” foi revelado para polícia pelo chefe da quadrilha, Luiz Alves Martins, o 'Nando', 49 anos, preso no dia 10 deste mês.

Além dele, foram presos: Diego Vieira Martins, Rudy Pereira da Silva, Jeová Ferreira Lima, Jeová Ferreira Lima Filho, Ariane de Souza Gonçalves, Vagner Vieira Garcia, Andreia Conceição Pereira. Mas, até agora já são pelo menos 15 pessoas presas suspeitas de estarem envolvidas com o esquema.

Também foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão. Foi aprendida droga, uma arma de fogo e 70 galos de rinha.

Crimes - Conforme a polícia, as investigações começaram em setembro deste ano, após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco'. O rapaz foi morto por um jovem que o acusava de sumir com o seu irmão, adolescente que não teve a idade divulgada. Esse garoto em questão foi encontrado morto dias depois.

Por causa desta situação, a polícia descobriu que, além do menino, mais nove pessoas, todas moradoras da região do Danúbio Azul, estavam desaparecidas. O primeiro caso havia ocorrido em 2012. Até hoje as vítimas de desaparecimento não foram localizadas e ninguém sabe o paradeiro delas.

Como funcionava - Durante as investigações, foi detectado que estas pessoas faziam parte de uma quadrilha que agia na região, sob o comando de Nando. Ele chefiava o esquema de tráfico de drogas. Já Ariane era responsável pela parte da exploração sexual.

Eles aliciavam adolescentes e jovens dependentes químicos para vender droga e se prostituir a troco de pasta base de cocaína. “Eles exploravam a miséria, pessoas com baixa escolaridade e renda, com nível de dependência alto. Que fazem qualquer coisa para conseguir o entorpecente”, diz a delegada Aline Sinotti, titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).