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Policial

"Poderia ter matado", diz médico sobre homem pintado por colegas

Dermatologista examinou homem que diz ter sido pintado enquanto dormia. Especialista diz que a vítima está bem, diante da gravidade do fato.

G1

29 de Fevereiro de 2012 - 07:51

Poderia ter matado, diz médico sobre homem pintado por colegas
"Poderia ter matado", diz médico sobre homem pintado por colegas - Foto: Ricardo Campos Jr. / G1 MS

O auxiliar de mecânica de 39 anos, que diz ter sido pintado por colegas de trabalho enquanto dormia após ter bebido em uma confraternização, foi examinado pelo dermatologista Paulo Pettengill nesta terça-feira (28), em Campo Grande. Após o atendimento, o especialista disse ao G1 que, em função do tamanho da área pintada, a brincadeira poderia ter consequências graves.

“Ele correu um sério risco”, disse Pettengill, “Se fosse uma quantidade maior de tinta poderia ter matado ”.

Segundo o dermatologista, os componentes tóxicos da substância são absorvidos pela pele e vão para o pulmão e fígado. Isso faz com que a pessoa coberta com a tinta tenha dificuldades para respirar. “Ele tinha ingerido bebida alcoólica, que é mais um agravante. Nesse caso, as funções respiratórias e cardíacas já ficam alteradas”, afirma Pettengill.

Não é recomendado o uso de produtos removedores de tinta na pele, de acordo com o dermatologista. “Nunca pense em passar tíner ou água rás, que também são produtos tóxicos”, disse o médico.

Em caso de incidentes semelhantes ao do auxiliar de mecânica, o ideal, de acordo com o especialista, é usar cremes hidratantes para amolecer a tinta e remover a pintura aos poucos. “Naturalmente vai saindo porque a pele se renova. No caso dele [vítima], sai em duas ou três semanas”, explica Pettengill.

O dermatologista relata que pediu diversos exames para checar o estado de saúde do trabalhador. Aparentemente, segundo o médico, a vítima está bem. “O estado geral está ótimo pela gravidade que foi o acontecimento”, afirma.

Limpo
Com a ajuda de parentes, o homem conseguiu remover a maior parte da tinta que havia ficado em seu corpo. Ele diz que conseguiu tirar a substância com cremes hidratante, o que fez antes mesmo de o médico recomendar.

“Achei que eu ia ficar com essa tinta pelo resto da vida”, disse a vítima nesta terça-feira ao G1. Ainda resta parte da pintura no couro cabeludo. A recomendação do médico é esperar que o cabelo cresça normalmente para que possa ser cortado.

O caso
O homem participava de um churrasco na empresa realizado no sábado (25), após o expediente, que durou todo o dia. Ele relata ter bebido e, por isso, resolveu dormir em uma lage coberta onde os funcionários costumam descansar após o almoço. Ele calcula que a brincadeira tenha acontecido entre a noite daquele dia e madrugada de domingo.

Ao acordar, notou que estava coberto pela tinta. Antes de ir para casa, tentou tomar banho com álcool, sabão em pó e sabonete, mas nenhum desses produtos adiantou. Na tarde daquele dia, foi até a 2ª DP de Campo Grande onde registrou ocorrência de maus-tratos. A Polícia Civil informou que o caso não pode ter sido registrado como lesão porque a vítima não teve ferimentos com a brincadeira.

Nesta terça-feira, o G1 entrou novamente em contato com a oficina mecânica onde teria ocorrido a brincadeira. Um homem que se identificou como dono, e que pediu para não ter seu nome ou o nome da empresa divulgados, confirma que a vítima trabalha no local há bastante tempo, mas disse que cedeu espaço para os trabalhadores fazerem o churrasco após o expediente e, por isso, não tem relação alguma com o ocorrido.

Ele afirma que, após o fechamento da oficina, foi embora para casa e ficou sabendo do ocorrido somente no dia seguinte.