Policial
Quadrilha contratou por R$ 800,00 laranjas que moravam em Sidrolândia
Além das duas pessoas ouvidas em Sidrolândia, outras duas em Iguatemi e uma em Ponta Porã foram interrogadas.
Flávio Paes/Região News
18 de Outubro de 2012 - 10:00
Pelo menos dois moradores de Sidrolândia, pessoas de baixa renda que chegaram a pedir inclusão no cadastro do bolsa famílias, recebiam R$ 800,00 para atuar como laranjas de uma quadrilha formada pela família Tolardo, de Maringá, acusada de comandar organização criminosa no setor de autopeças, onde atuavam aproximadamente 400 empresas e 500 "laranjas".
Ontem agentes da Polícia Federal estiveram na cidade ouvindo as duas pessoas que foram usadas pela quadrilha numa esquema de sonegação fiscal na área de autopeças. Elas só descobriram que tiveram movimentação bancária milionária quando tiveram negado o pedido de recebimento dos recursos do bolsa-família que apresentaram na Secretaria Municipal de Assistência Social.
A organização constituía as empresas, utilizando o nome de 'laranjas'. Assim, realizavam sonegação fiscal e quando a empresa era fiscalizada, eles as abandonavam sob a responsabilidade dos mesmos. O esquema, de acordo com delegado o Alex Sander Dias da Polícia Federal de Maringá (PR), movimentou R$ 1,5 bilhão e sonegou em torno de R$ 800 milhões em ao menos 24 estados.
Além das duas pessoas ouvidas em Sidrolândia, outras duas em Iguatemi e uma em Ponta Porã foram interrogadas. Segundo a Polícia Federal, no caso de Ponta Porã, a quadrilha pode ter se apossado de dados em cadastros de assentados, já que no caso, o laranja se trata de uma pessoa muito humilde que aparentemente não sabe do esquema.
Iguatemi era onde ficava um escritório de contabilidade que servia de entreposto para a quadrilha. Em Mato Grosso do Sul, segundo o delegado, houve o bloqueio de imóveis rurais, que também estavam em nomes de laranjas. Ao total, houve apreensões de computadores, documentos, 15 carros de luxo, duas aeronaves e imóveis.
Segundo a Polícia Federal, se forem somados os valores sonegados e os bens adquiridos com esse dinheiro, o valor chega a R$ 1,5 bilhão. Cerca de 200 policiais federais e 100 servidores da RF cumpriram m 44 mandados de busca e apreensão e 35 para condução coercitiva (prestação de esclarecimentos na PF).
Um deles, apontado como um dos gerentes da quadrilha foi ouvido em Campo Grande e indiciado por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal e uso de documento falso.