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Política

Abandonado por André, Nelsinho vai para disputa sob descrença generalizada de vitória

Até o primo de Nelsinho, o deputado Luiz Henrique Mandetta, do DEM, vai estar no palanque do tucano Reinaldo Azambuja

Abandonado por André, Nelsinho tenta alavancar candidatura em encontro que pode ter Eduardo Campos

02 de Junho de 2014 - 07:57

Na reta final para homologação de coligações e candidaturas, há uma descrença generalizada das chances de vitória do ex-prefeito Nelson Trad Filho, pré-candidato ao Governo, ante o aparente favoritismo do senador Delcídio do Amaral, que conseguiu atrair para seu futuro palanque partidos até aqui aliados ao PMDB (PDT, PR) sob olhar complacente do governador.

André Puccinelli não parece muito interessado em fazê-lo seu sucessor. Até o primo de Nelsinho, o deputado Luiz Henrique Mandetta, do DEM, vai estar no palanque do tucano Reinaldo Azambuja, que disputará o Governo.  

O primeiro sinal de alerta sobre o iminente processo de desidratação política da candidatura do ex-prefeito foi à decisão do governador André Puccinelli de se manter no cargo. Ele desistiu de disputar a vaga no Senado, para qual aparecia como favorito, embora as pesquisas mostrassem o risco de um confronto acirrado, caso o adversário fosse o deputado Reinaldo Azambuja.

Aos interlocutores de partidos que estão migrando da sua base aliada para se aliar ao PT, o governador teria se limitado a obter deles o compromisso de apoio a candidatura ao Senado da vice-governadora Simone Tebet. Ela também contaria com a simpatia do próprio Delcídio, que não por acaso, escolheu  o médico Ricardo Ayache, um desconhecido do conjunto do eleitorado sul-mato-grossense, teoricamente um nome com poucas chances de suplantar Simone no embate eleitoral.

André teria “convencido” o presidente da FIEMS, Sérgio Longen, a rever sua disposição de se aventurar na disputa senatorial pelo PTB aliado a Delcídio. Com esta postura, que confirmaria a tese muito difundida nos meios da política de que está em curso uma aliança branca pela qual o governador não atrapalharia o projeto eleitoral de Delcídio, André pode estar dando troco na mesma moeda a Nelsinho que na eleição de 2012 claramente fez corpo mole na campanha para prefeito de Edson Giroto, derrotado no segundo turno por Alcides Bernal.

A sucessão presidencial também colocou em rota de colisão André e Nelsinho. O governador garantiu que os 28 delegados de Mato Grosso do Sul na convenção nacional do PMDB vão votar por unanimidade pela reedição da aliança com o PT na chapa encabeçada pela presidente Dilma. O ex-prefeito, de olho no tempo de televisão dos socialistas, já declarou apoio a Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência.

Na quinta-feira o ex-prefeito promove Campo Grande um encontro com pré-candidatos peemedebistas, lideranças nacionais do partido, como os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon.  É possível que o ato tenha a presença do ex-governador Eduardo Campos, candidato a presidente do PSB que em Mato Grosso do Sul terá seu palanque liderado por Nelsinho, enquanto o governador se mantém fiel ao compromisso de fazer campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff.