Política
Acusado de negociar casas populares, vereador tucano é cassado em Batayporã
Por 8 a 0, Edmilson Aparecido da Silva, o Gaiseiro, perdeu mandato em sessão na noite desta segunda-feira
Campo Grande News
22 de Dezembro de 2015 - 09:37
Por 8 a 0, o vereador Edmilson Aparecido da Silva (PSDB), o Gaiseiro, foi cassado em sessão extraordinária na noite desta segunda-feira (21) da Câmara de Batayporã.
Acusado de participar da venda ilegal de casas populares, o tucano, que já foi presidente do Legislativo, se tornou o primeiro vereador da história do município, de 12.500 habitantes, a perder o mandato.
O balcão de negócios com a participação do então presidente da Câmara envolvia residências construídas através do programa habitacional implantado no município. O caso começou a ser investigado pelo MPE (Ministério Público Estadual) em agosto do ano passado.
Na época, o promotor de Justiça Alexandre Estuqui Júnior ouviu quatro testemunhas que denunciaram o esquema praticado por Edmilson da Silva e contaram terem feito pagamento ao tucano para receber as casas no Conjunto Habitacional Vila Antônio Olímpio Pinheiro.
De acordo com o Jornal da Nova, o operador de máquinas José Paulino da Silva foi uma das testemunhas ouvidas pelo MP que entregaram o esquema envolvendo o vereador. Ele disse que entregou sua caminhonete F250 a Edmilson da Silva e pegou como pagamento um Gol, uma moto e uma casa na Vila Antônio Olímpio Pinheiro, que tinha sido doada pela prefeitura.
A casa teria sido alugada para uma pessoa indicada pelo vereador. José Paulino afirmou na época que se arrependeu do negócio ao saber do esquema ilegal, mas Gaiseiro teria se negado a desfazer a troca.
Em junho deste ano, a Câmara de Vereadores instaurou uma CPI contra Gaiseiro, que já respondia por outra acusação, de recebimento de diárias por viagens que não aconteceram no período em que presidiu o Legislativo.
Defesa O advogado de Edmilson da Silva, Willians Simões Garbelinne, fez a defesa do vereador na sessão desta segunda. Segundo ele, durante o processo não ficou comprovado o envolvimento de Gaiseiro em negociações de casas populares. Para o advogado, a expressiva votação nas últimas eleições, com 800 votos, teria despertado ciúme em adversários políticos que tentam sujar a imagem do vereador.
O vereador também discursou. Disse que seu trabalho foi em prol da população mais carente e apontou falta de provas para justificar a cassação.
Quero pedir perdão aos meus eleitores por não conseguir concluir meu mandato, mas afirmo que vou continuar lutando pelo bem de todos. Ser político não é profissão, é vocação. Eu vou, mas daqui oito anos estarei de volta, disse ele, que fica inelegível por um período ainda não definido.
A vaga dele na Câmara de Batayporã fica com a atual secretária de Esportes do município, Izabel Cristina, a Tina, que obteve 245 votos nas eleições de 2012.




