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Política

Desgaste da Câmara se amplifica com transmissão radiofônica da sessão com bravatas e baixarias

O presidente da Câmara, Ilson Peres, acabou não cedendo ao pedido dos vereadores da base e acabou autorizando a veiculação radiofônica da sessão.

Flávio Paes/Região News

03 de Junho de 2014 - 09:40

O desgaste da Câmara Municipal junto à opinião, evidenciado nas vaias do público presente ao plenário do Legislativo, com certeza foi amplificado com a retransmissão pela Rádio Pindorama na noite desta segunda-feira da tumultuada sessão de ontem da Câmara Municipal de Sidrolândia, transformado num picadeiro de baixarias e bravatas, onde o protagonista por 30 minutos foi o vereador David Olindo (SDD) e o papel de figurante, com direito a pouco mais de dois minutos para tentar responder no mesmo nível, coube ao vereador Cledinaldo Codócio.

O presidente da Câmara, Ilson Peres, acabou não cedendo ao pedido dos vereadores da base e acabou autorizando a veiculação radiofônica da sessão, garantindo ao “solidário” David, virtual monopólio da baixaria retórica. A vereadora Vilma Felini (PSDB), companheira de partido de Peres, critica a postura do presidente, primeiro porque encerrou sessão e depois, ao ter autorizado sua divulgação no rádio sem que os vereadores acusados por David Olindo tivessem oportunidade de se defender.

“Eu me sinto tolhida no meu direito de manifestação. Minha família foi ofendida por este cidadão e não tive direito de rebater. Melhor do que encerrar a sessão, a Mesa Diretora poderia ter interrompido, dado um intervalo para serenar os ânimos para se retomar os debates em seguida”, comentou.

Ela questionou também o fato do presidente não ter desligado o microfone de David (que é uma das suas prerrogativas) para garantir a palavra do vereador Cledinaldo no momento em que ocupava a tribuna. Na opinião de Vilma faltou pulso à mesa diretora na condução dos trabalhos.

Desgaste da Câmara se amplifica com transmissão radiofônica da sessão com bravatas e baixarias“Não se pode aceitar que alguém grite, esbraveja, bata na mesa e todos fujam assustados”, comentou. A vereadora ficou tão indignada que questionou até mesmo a sua colega Rosangela Rodrigues dos Santos, que aos ceder seus cinco minutos nas considerações finais, contribuiu para a performance de David.  

O vereador Waldemar Acosta, que também foi alvo de insinuações do líder “solidário”, defendeu uma postura mais firme do presidente da Câmara e mostrou-se preocupado com os desdobramentos pelo episódio desta segunda-feira por ele definido “lamentável”.

“Se não houver providências imediatas, abre-se caminho para uma espécie de vale-tudo. Daqui a pouco, por conta da exaltação dos ânimos, podemos chegar ao extremo da vias de fato, a agressão físicas entre os vereadores”, destaca o representante pedetista. “Acima das questões pessoais é preciso preservar a imagem da instituição, que com certeza, saiu arranhada”, avaliou.

Na opinião de Waldemar uma das medidas necessárias seria promover mudanças no regimento interno, eliminando omissões como a falta de uma comissão de ética que avalie os excessos retóricos e comportamentos de vereadores.