Política
Eunício diz que aguardará decisão final do STF para pautar lei das telecomunicações
Proposta estava prestes a ser sancionada pela Presidência, mas ministro do STF determinou nova análise pelo Senado; projeto foi devolvido mas ainda não foi pautado.
G1
14 de Fevereiro de 2017 - 15:41
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse nesta terça-feira (14) que não pautará o projeto que altera a Lei Geral das Telecomunicações enquanto o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) não tomar uma "decisão final" sobre o recurso de senadores que pediu a suspensão da tramitação da proposta.
A proposta foi aprovada em dezembro do ano passado pela Comissão Especial do Desenvolvimento Econômico do Senado. À época, a Casa era presidida por Renan Calheiros (PMDB-AL).
A aprovação foi em caráter terminativo, sem necessidade de análise pelo plenário principal. Por isso, o texto seguiu direto para a sanção presidencial e aguardava publicação no "Diário Oficial da União".
Doze senadores de cinco partidos (PT, PC do B, PSB, PDT e PMDB), então, pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendesse a sanção do projeto.
O argumento principal da ação era de que a tramitação do projeto feriu a Constituição, pela qual devem ser votados no plenário os projetos que, aprovados em comissões, tenham sido objeto de recurso por um décimo do Senado.
Os recursos apresentados contra o projeto foram rejeitados pelo então presidente do Senado sob o argumento de que não continham o número necessário de assinaturas. Senadores questionam no STF a rejeição. Segundo eles, foram apresentados três recursos, assinados, na soma, por 16 senadores.
Diante disso, o ministro Luís Roberto Barroso determinou, por meio de decisão liminar (provisória), ao presidente Michel Temer que não sancione a proposta e que o Senado analisasse recursos já inadmitidos pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros sobre o tema.
Como presidente, eu não pautarei esse projeto enquanto ele não estiver com a decisão final do Supremo Tribunal Federal, disse Eunício Oliveira.
O parlamentar cearense afirmou ainda que, assim que o plenário da Suprema Corte concluir a análise do caso, ele vai tratar [a proposta] de forma regimental, aberta e clara, para que todos tenham conhecimento do que está acontecendo na Casa.
Na semana passada, durante sessão do Senado, Renan Calheiros criticou a decisão de Barroso de suspender a sanção da nova lei das telecomunicações.
O projeto
A proposta aprovada no Senado permite transformar as concessões de telefonia fixa em autorizações.
Sob o regime de autorização, as empresas terão menos obrigações, como a instalação e manutenção de telefones públicos. As empresas argumentam que a alteração é essencial para a continuidade dos investimentos.
Entre outros pontos, o projeto também prevê:
Transferir para o setor privado os bens herdados pelas concessionárias do antigo sistema Telebrás após a privatização e que teriam que ser devolvidos em 2025, quando os contratos de concessão acabam (os chamados bens reversíveis);
No caso das empresas interessadas em fazer a migração, o governo irá avaliar os bens, como a infraestrutura de rede e prédios vinculados a telefonia fixa, para chegar a um valor como contrapartida, as operadoras terão que investir valor igual em serviços de banda larga.