Foco de conflitos internos, PP é o 12º partido a fechar com Delcídio

Foco de constantes conflitos internos envolvendo o prefeito cassado Alcides Bernal e o atual prefeito Gilmar Olarte, o PP é o 12º partido a fechar questão em torno da candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo de Mato Grosso do Sul.

A informação sobre a adesão ao projeto petista foi feita por Olarte na última quarta-feira durante ato de entrega do Residencial Nelson Trad, no bairro Jardim Carioca, na Capital.

Ele contou que a decisão de apoiar o PT em Mato Grosso do Sul segue orientação do comando nacional do PP por causa do compromisso firmado para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições deste ano.

Olarte revelou ter conversado com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, o qual, segundo ele, disse que havia assumido o compromisso de apoiar a candidatura de Delcídio ao governo estadual.

No fim de maio, o deputado federal Paulo Maluf, presidente do PP em São Paulo, reforçou a tese de que os diretórios regionais de seu partido devem seguir orientação nacional.

Além do mais, o deputado disse em seu discurso, no ato de apoio ao candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, estar certo de que a presidente Dilma vencerá as eleições no primeiro turno.

Contando com o PT, que encabeça a aliança, a chapa majoritária pela qual Delcídio tentará chegar ao governo estadual abrange até agora o PR, PDT, PROS, PSL, PV, PTC, PCdoB, PSDC, PTB, PRP e PP, totalizando 12 legendas.

Apesar desse encaminhamento ainda extraoficial, já que o PP terá de realizar sua convenção este mês para homologar a chapa de candidatos e aprovar a possível aliança, o prefeito tenta despistar sobre quem irá apoiar nas eleições deste ano.

“O tempo de televisão do PP será destinado à campanha do Delcídio, mas irei focar na cidade”, limitou-se a dizer Olarte, ao ser questionado sobre qual sua tendência de apoio na campanha eleitoral deste ano.

Delcídio deve enfrentar nas eleições deste ano como principais adversários o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Alguns partidos de menor expressão eleitoral, os chamados nanicos, também devem lançar candidatura própria, embora com poucas chances, conforme prevêem analistas políticos.

Já se manifestaram publicamente sobre possível participação na disputa majoritária o PSOL, o PSTU e o PTN, o último tem como pré-candidato o advogado Luiz Pedro Guimarães.

A opção dentro do PSOL é o nome do professor Sidney Mello, que concorreu a Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais de 2012, enquanto que o PSTU  tem como possível representante no pleito o também professor Marco Antônio Monge, derrotado no mesmo período na disputa para prefeito de Corumbá.

DISPUTA INTERNA

Mergulhado numa crise interna sem precedentes, o PP está sendo disputado por Bernal, atual presidente regional, e Olarte, que tem apoio do governador André Puccinelli (PMDB) e de Nelsinho Trad. 

O PP chegou ao poder na Capital com apoio do senador petista e de Reinaldo Azambuja, após derrotar o deputado federal Edson Giroto, acabando com uma hegemonia de mais de duas décadas do PMDB. Mas depois sucumbiu diante de denúncias de improbidade administrativa que culminaram com a cassação de Bernal.