Política
Governo joga a toalha e desiste de plebiscito da reforma política neste ano
Com informações do site da Veja
04 de Julho de 2013 - 12:00
Sem conseguir apoio dos partidos que sustentam seu governo no Congresso Nacional e com resistências no próprio PT, o Palácio do Planalto jogou a toalha e desistiu da proposta de realizar um plebiscito para promover uma reforma política no país às pressas visando as eleições de 2014. Nesta quinta-feira, onze dias depois de a presidente Dilma Rousseff sugerir a realização do plebiscito em resposta à onda de manifestações que tomou as ruas, o vice-presidente, Michel Temer, admitiu que a proposta é inviável.
A partir de agora, segundo Temer, o governo tentará articular para que o plebiscito ocorra simultaneamente no segundo turno das eleições do ano que vem - ou seja, eventuais mudanças implementadas só valeriam a partir do pleito municipal de 2016.
Temer se reuniu com líderes de partidos aliados na Câmara, no Palácio do Jaburu. Ele ouviu dos parlamentares o diagnóstico óbvio: de que o Congresso não tem condições de definir as perguntas do plebiscito e convocar a consulta popular em poucas semanas, como queria Dilma. "Não há mais condições, e vocês sabem disso, de fazer qualquer consulta antes de outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para esta", disse Temer após o encontro. Ele também afirmou que, com mais tempo para debater, o Congresso pode até mesmo realizar a reforma política pelo processo legislativo, o que tornaria desnecessária a consulta popular. "É muito provável até que o Congresso Nacional possa vir a formatar um projeto de reforma política. Se o Congresso realizá-la e ela for, digamos, adequada às aspirações populares, quem sabe até não se pense em plebiscito", disse o peemedebista.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve na reunião e, apesar da desistência do governo, preferiu adotar um tom otimista: "Não se pode falar em equívoco quando a presidente coloca uma questão para a sociedade e os partidos da base seguem unidos na linha de que o povo deve ser consultado. Nesse ponto a sociedade brasileira sairá vitoriosa", disse.
Antes do anúncio feito por Temer, os líderes partidários que participaram da reunião já admitiam a impossibilidade da aprovação célere do plebiscito. Jovair Arantes (PTB-GO), resumiu a posição consensual:" O governo sabe que é impossível fazer essa votação nesse tempo".




