Política
Mara Caseiro apela por decisão que ponha fim a guerra civil no campo
Ela lembrou que já conversou em Brasília com o ministro da Justiça e avisou que as mortes que acontecerem serão responsabilidade do governo Federal.
Assessoria
29 de Outubro de 2013 - 14:25
A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) apelou hoje (29) à presidente Dilma Rousseff (PT) por decisão que ponha fim ao que ela classificou como guerra civil no campo, devido à invasão de terras pelos indígenas no Conesul do Estado.
Armados com arco, flecha e foices, indígenas da etnia Guarani Kaiowá invadiram pelo menos nove propriedades em Japorã desde a última sexta-feira (25), causando destruição e gerando medo nas sedes das fazendas, onde nem o gado pode ser retirado.
É uma guerra civil o que está acontecendo aqui. Então venho mais uma vez fazer um apelo, para que se tome uma posição séria, definitiva de aquisição das terras, na proporção necessária para assentar a comunidade indígena. Mas que essas terras sejam compradas, e não roubadas e nem retiradas covardemente dos proprietários que adquiriram os títulos de boa fé, disparou a deputada.
Mara Caseiro revelou ter recebido uma ligação desesperada de um produtor rural no sábado, pedindo socorro ao saber que um ônibus lotado de indígenas estava próximo à sua fazenda. Ela telefonou imediatamente para o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini.
Ele disse que a única providência que poderia tomar era enviar policiamento ao local, para assegurar a vida dos envolvidos. A Polícia Federal foi acionada, mas não houve acordo para que os índios se retirassem.
O que me revolta é que a Constituição nos dá o direito de propriedade, com títulos expedidos pela União, mas não é oferecida uma proteção de direito a essas pessoas que se sentem desprovidas de qualquer direito, de qualquer assistência. O que o governo federal está fazendo para resolver de fato o problema dos indígenas, que é sério, e dos produtores, que trazem a comida para nossa mesa?, questionou a parlamentar.
Ela lembrou que já conversou em Brasília com o ministro da Justiça e avisou que as mortes que acontecerem serão responsabilidade do governo Federal. No dia seguinte a este encontro, um homicídio envolvendo a questão das invasões foi registrado no município de Sidrolândia.
Depois, o ministro José Eduardo Cardozo esteve aqui e disse que iria resolver a situação. Tivemos uma esperança de que nosso governo fosse encarar com responsabilidade e compromisso essa questão dos conflitos, mas até agora nada, protestou.
Durante aparte, o deputado Márcio Monteiro (PSDB) destacou que a responsabilidade não é apenas do governo federal, mas também do governo do Estado. É dever do governo federal, mas também do governo estadual estar lá para resolver. Ele não pode ficar no conforto enquanto isso tudo ocorre, disparou.
Mara Caseiro também questionou a responsabilidade do MPF (Ministério Público Federal), que limita a ação da Polícia Militar e da secretaria de Segurança Pública, mas permite que indígenas entrem armados em propriedades privadas e aterrorizem famílias.
Eu tenho vergonha de ser política nesse país, sabe por que? Porque perdeu-se a ordem, a vergonha na cara, o sentido de compromisso com a nação brasileira. Quem trabalha, aumentando o nosso PIB, está se tornando bandido. E nós sabemos que há pessoas, inclusive políticos, insuflando essas invasões, na tentativa de tirar vantagem dessa questão. Isso é um absurdo, concluiu.




