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Política

Mudanças em secretarias apontam “voo” conjunto entre PSDB e PSD

Questão financeira pode inviabilizar uma possível candidatura do partido de Marcos Trad ao governo

Correio do Estado

05 de Abril de 2021 - 09:15

Mudanças em secretarias apontam “voo” conjunto entre PSDB e PSD
OPÇÃO. Simone Tebet é um dos nomes sondados pelo MDB - Foto: Arquivo

“O jogo empatou”, afirmam fontes ouvidas pela reportagem sobre os arranjos políticos que influenciaram trocas ocorridas no primeiro escalão do governo de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Campo Grande. Contudo, esses acordos apontam uma aproximação do PSD, partido do prefeito da Capital, e do PSDB, do governador Reinaldo Azambuja.

Além disso, conversas de bastidores apontam que novas mudanças poderão ocorrer nos dois principais Executivos do Estado, para reforçar ainda mais essa aliança. Uma das fontes ouvidas pela reportagem revelou que essa composição se deve a um dos componentes mais importantes em uma campanha eleitoral para governador: a questão financeira.

Em razão da pandemia de Covid-19, a economia do País está estagnada e a projeção, de acordo com economistas e o próprio Ministério da Economia, é de deficit no superavit (resultado positivo nas contas do governo) do País.

Contudo, segundo a fonte ouvida pelo Correio do Estado, seria inviável para uma sigla como o PSD alçar um “voo solo tão alto”, pois poderia causar perda de capital político.

“As previsões apontam que em 2022 vai se repetir o que ocorreu nas eleições municipais do ano passado. O Marcos [Trad] ganhou de lavada, pois com ele tinham os feitos realizados pela máquina pública e seus adversários não tiveram força econômica para bater de frente com o prefeito”, projetou a fonte.

POSICIONAMENTOS

Apesar desse racha que se aproximava, os caciques políticos dos dois grupos sempre rechaçaram a hipótese. Em reportagem feita pelo Correio do Estado em janeiro, o secretário de Governo de Relações Institucionais de Campo Grande, Antônio Lacerda, disse que a informação não procede e reforçou a parceria entre governo e prefeitura da Capital.

“Essa versão não tem fundamento, pois essa parceria é longa e sempre estivemos juntos do governador Azambuja”, disse Lacerda. No mesmo tom e negando esse possível racha, setores do governo afirmaram à reportagem que a boa relação política entre Azambuja e Trad se reflete em diversos projetos na Capital, bem como no combate à pandemia.

Há iniciativas conjuntas nos setores esportivos e de educação, além de medidas de enfrentamento à Covid-19, conforme o governo.

ADVERSÁRIOS

Os possíveis principais adversários da aliança entre tucanos e o PSD são o PT e o MDB. O petismo pode ganhar um novo gás no cenário local, por conta de uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que poderia dar mais força ao partido em uma candidatura própria ou composição de chapa. Na segunda opção, segundo o deputado federal Vander Loubet (PT), o partido teria mais força para colocar suas “fichas à mesa do tabuleiro político estadual”.

Porém, a missão do lulopetismo de viabilizar uma candidatura própria é ingrata, pois o principal nome do partido e tio de Loubet, Zeca do PT, está “aposentado” politicamente, segundo analistas políticos.

Já o deputado federal comentou que não tem intenção de colocar seu nome para a disputa ao governo e alçou o nome do médico Ricardo Ayache (PSB) como uma figura forte para unir uma frente ampla de esquerda e centro, uma vez que outros nomes do partido, como os deputados estaduais Pedro Kemp e Cabo Almi, não teriam capital político necessário para uma disputa acirrada como a do governo.