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Política

Sem se declarar candidato à reeleição, Maia inicia campanha informal

Atual presidente da Câmara articula nos bastidores e busca apoio de partidos para ser reconduzido ao cargo; eleição está marcada para o dia 2 de fevereiro.

G1

04 de Janeiro de 2017 - 08:41

Apesar de não declarar abertamente que será candidato à reeleição ao cargo de presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) iniciou uma espécie de campanha informal nos bastidores para não ficar atrás dos concorrentes na busca por votos.

Quando se dirige às câmeras e gravadores da imprensa, Maia ainda se limita à afirmação “se eu decidir ser candidato”. Longe dos microfones, porém, está conversando com partidos e procurando deputados.

Em entrevista concedida nesta semana, o parlamentar do DEM manteve a posição de não se declarar candidato, mas admitiu que está conversando sobre o assunto com partidos.

“A gente precisa pensar com os partidos que nós estamos conversando se essa é uma decisão que vai ser tomada e em que momento. [...] Se eu e o meu entorno entenderem que é o caminho correto, a gente vai disputar a eleição para ganhar ou para perder”, disse nesta segunda-feira (2).

Segundo o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que é próximo do presidente da Câmara e acompanha as negociações, Maia tem monitorado os pré-candidatos e tem interesse em buscar apoio de pelo menos um deles.

“A vontade do Maia é fazer um acordo com o Jovair Arantes (PTB-GO). Ele não quer confronto”, disse Vicente Cândido. Para ele, Maia sairia ainda mais fortalecido se Jovair retirasse a candidatura e o apoiasse.

Nesta terça-feira (3), porém, Jovair Arantes afirmou a jornalistas que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso Maia seja reeleito para o cargo.

De acordo com aliados, o presidente da Câmara fez uma rodada de conversas com presidentes de partidos, líderes de bancadas e também iniciou conversas individuais com deputados.

Maia ainda estuda pareceres jurídicos que sustentam sua recondução. Opositores à candidatura afirmam que as regras da Câmara não permitem a reeleição do presidente da Casa dentro de uma mesma legislatura.

O argumento de Maia é que ele pode se candidatar por exercer atualmente um "mandato-tampão”, já que foi eleito para concluir o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Casa em julho. Cunha tinha mandato até fevereiro deste ano.

A eleição na Câmara está marcada para o dia 2 de fevereiro. Segundo um colega de partido de Maia, o anúncio oficial da candidatura do parlamentar do DEM deve ficar para o fim do mês, na reta final da campanha.

O período de recesso em Brasília é um fator que pode favorecer Maia. Como a eleição acontecerá no primeiro dia de retorno dos trabalhos na Câmara, não haverá tempo para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decidir, antes do resultado, sobre um questionamento de Rogério Rosso (PSD-DF) que poderia afetar a candidatura de Maia. Rosso é pré-candidato à presidência.

Outro pré-candidato, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) informou na última semana que entrou no STF com um pedido para que o Maia seja impedido de concorrer à reeleição.

Como o tribunal também está em recesso até fevereiro, caberá à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, responsável pelo plantão judicial, decidir sobre o pedido de liminar (decisão provisória).