Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Terça, 23 de Dezembro de 2025

Política

STF autoriza que presidente do TCU seja ouvido em inquérito da Lava Jato

Inquérito investiga filho de Aroldo Cedraz e o ministro Raimundo Carreiro. Filho do presidente do TCU teria pedido R$ 1 milhão ao dono da UTC.

G1

03 de Junho de 2016 - 16:45

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (3) o depoimento do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, em inquérito aberto para investigar o filho dele, o advogado Tiago Cedraz; o ministro do TCU Raimundo Carreiro e integrantes do PMDB para apurar irregularidades na construção da Usina de Angra 3.

O ministro atendeu a pedidos da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República e prorrogou o prazo das investigações até agosto deste ano. O inquérito tem como base a delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa.

Ele relatou que foi procurado por Tiago Cedraz, que disse que estava precisando de dinheiro, “deixando antever que a importância solicitada, no valor de R$ 1 milhão, seria ao ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União, relator do processo de Angra 3 no TCU”.

Na delação, Ricardo Pessoa afirmou que, após o pagamento de R$ 1 milhão a Tiago Cedraz, não houve problema com o contrato de Angra 3 no TCU, ou seja, “tudo fluiu”.

De acordo com o empreiteiro, ”o valor de 1 milhão solicitado por Tiago Cedraz e que seria destinado, conforme acreditava , a Raimundo Carrero, foi retirado da sede da UTC por Luciano Araujo”.

Além do depoimento do presidente do TCU, a Procuradoria informou que também precisava ouvir Tiago Cedraz e obter registros de viagens do advogado e do ministro Raimundo Carreiro.

Ao pedir mais prazo para as investigações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que "o prazo anteriormente assinalado para conclusão das investigações não se mostrou suficiente".

"A complexidade dos fatos investigados e do acervo probatório do caso Lava Jato explicam as dificuldades", disse o PGR.

Desde que o nome de Tiago Cedraz surgiu nas investigações, ele tem negado o recebimento de qualquer valor para atuar em favor da UTC junto ao Tribunal de Contas.

A Secretaria de Comunicação do TCU informou que Carrero "não participou de qualquer negociação envolvendo valores para decidir sobre o processo que analisou no TCU irregularidades na licitação para serviços de montagem eletromecânica em uma das unidades de Angra 3, ou sobre qualquer outro processo".