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Política

Taxa de juros deverá cair com aplicação das medidas, diz Meirelles

Na semana passada, governo anunciou pacote para retomar crescimento. Ministro também disse que o PIB deve crescer nos próximos trimestres.

G1

30 de Maio de 2016 - 10:37

O ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse nesta segunda-feira (30) que as taxas de juros deverão cair como consequência da aplicação das medidas econômicas anunciadas na semana passada, que visam, de acordo com o governo, estabilizar a economia, permitindo que o crescimento seja retomado. Hoje, a taxa básica de juros está em 14,25% ao ano.

“É correto de se esperar que, com a estabilização, [...] a taxa possa ir caindo normalmente. Cai como consequência das medidas, não como medida voluntarista", disse o ministro em evento realizado em São Paulo.

Uma das medidas a que se refere Meirelles é a apresentação da proposta de emenda à constituição que limita o crescimento do gasto público. Para o ministro, com o aumento da previsibilidade, o risco país diminui, abrindo espaço para a redução dos juros.

Mais uma vez, o ministro da Fazenda reforçou que o governo discute aumento de impostos, “se necessário”, e que uma possível elevação não será descartada no futuro de “maneira nenhuma”. No entanto, como já havia dito anteriormente, se houver alta de impostos será temporária.

Crecimento do PIB

Nesta quarta-feira, serão conhecidos os números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano. Numa avaliação otimista de médio prazo, Meirelles afirmou que a economia deverá crescer nos próximos trimestres.

"O crescimento deverá voltar a acontecer nos próximos trimestres. Eu acho que estamos num momento de inflexão, e é um erro tentar fixar datas para algo que depende de uma conjunção muito grande de fatores. Nós temos que focar nas razões para o crescimento, razões que levaram à queda da atividade, à queda da confiança, e tomar as medidas adequadas macroeconômicas para que o país volte a crescer. A consequência de tudo isso é o crescimento."

Déficit

Meirelles também aproveitou o encontro com empresários para detalhar, mais uma vez, as medidas econômicas anunciadas na semana passada e garantiu que a meta de déficit de R$ 170 bilhões enviada ao Congresso foi calculada com rigor e precisão.

Porém, por se tratar de uma previsão, poderão haver divergências. "Qual será a receita real da regularização de capitais do exterior? Qual será o resultado da renegociação da dívida dos estados? Em resumo, tudo isso são questões a serem equacionadas. Mas é uma avaliação realista."

Denúncias

Questionado por jornalistas sobre as recentes denúncias envolvendo a nova equipe de governo do presidente interino Michel Temer, Meirelles disse acreditar que essa é uma prova de que as instituições estão cumprindo seus papéis, de forma independente, e que o país deverá sair mais fortalecido.

"O país vive um momento importante também na área da ética, de uma ação do Judiciário. E de novo, estamos olhando um Brasil à frente. Então, tudo isso é muito importante... que o Judiciário do país seja independente, o fato de que as investigações existam, que as pessoas são julgadas. Isso, na minha opinião, com o tempo, aumenta a confiança das instituições."

Medidas econômicas

Na semana passada, o presidente em exercício, Michel Temer, anunciou medidas para tentar conter o crescimento dos gastos públicos e retomar o crescimento da economia brasileira. O anúncio acontece um dia depois de Temer entregar ao Congresso pedido de autorização para que o governo registre em 2016 um rombo recorde de R$ 170,5 bilhões em suas contas.

A primeira ação proposta foi a devolução, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de pelo menos R$ 100 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos. Temer também anunciou que vai propor o limite para aumento dos gastos públicos, a suspensão de novos subsídios, a extinção do fundo soberano e o apoio ao um projeto que muda as regras para exploração do petróleo no pré-sal.