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Saúde

Das 582 pessoas na fila por um transplante, três esperam por um coração como Faustão

Somente neste ano, o estado já realizou 157 transplantes de órgãos, sendo um de coração.

Correio do Estado

28 de Agosto de 2023 - 15:55

Das 582 pessoas na fila por um transplante, três esperam por um coração como Faustão

Em Mato Grosso do Sul, três pessoas aguardam por um novo coração, sendo o único recurso para garantir a vida e a restauração da saúde. Neste ano, já foram realizados três transplantes, sendo um aqui e os outros dois em estados vizinhos. O transplante de órgãos realizado exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ganhou evidência nas últimas semanas, devido ao caso do apresentador, Fausto Silva que recebeu um transplante de coração neste domingo (27).

Conforme dados do Sistema Nacional de Transplantes, onde somente a Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul (CET) tem acesso, os três sul-mato-grossenses estão incluídos em fila única no Brasil, com outros 386 pacientes cardíacos. A prioridade da fila é dada conforme o quadro mais grave dos pacientes.

Em nota a SES (Secretaria de Estado de Saúde) explicou que Mato Grosso do Sul não tem equipe e hospital autorizados para a realização do transplante de coração. No entanto, outros tipos de transplantes são realizados.

"Neste ano, até o momento, Mato Grosso do Sul já realizou um transplante de coração que, na ocasião, havia equipe e estabelecimento autorizados para a realização do transplante, 139 transplantes de córnea e 22 transplantes renais", informou a SES.

Sendo assim, os três pacientes que aguardam pela boa notícia de um doador de coração compatível,  terão que se deslocar rapidamente para outro Estado para realizarem a cirurgia. Brasília  é o mais próximo dentre os que estão habilitados para fazer esse tipo de procedimento.

Córneas e rins são os órgãos mais esperados 

Em Mato Grosso do Sul, segundo a Central Estadual de Transplante de MS, 414 pessoas aguardam pelo transplante de córneas e 160 pacientes por rim. No ano passado, foram realizados 245 transplantes de órgãos e neste ano 157 pessoas receberam um novo órgão.

De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2023 foram realizados 206 transplantes somente de coração no Brasil, o que representa aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.

Compatibilidade para doação

Segundo a CET, surgindo um coração disponível e compatível para transplantar – o que tem sido o mais difícil diante do baixo número de doações –,  restará ainda avaliar diversos fatores: se o tipo sanguíneo do doador é o mesmo, se as medidas estão de acordo com a idade e porte físico de quem vai receber, entre outras exigências que a medicina impõe para o sucesso da cirurgia. -

Família precisa autorizar doação

Além disso, o único jeito de ser doador é quando há morte encefálica do doador. Isso acontecendo, é indispensável haver autorização da família do morto. Cabe destacar que por mais que existam formulários, cadastros e outros recursos disponíveis na internet para que a pessoa registre em vida o interesse de ser um doador, somente a família pode autorizar a doação.

Por isso, a CET destaca a importância de avisar, conversar e explicar os motivos de querer ser um doador à família. Além disso, os hospitais credenciados para a captação de órgãos se empenham, com equipes especializadas, em acolher o luto de quem sente a perda e, ao mesmo tempo, sensibilizar para a importância da doação.

Ministério da Saúde assegura idoneidade do SUS

Diante da repercussão de que o apresentador Fausto Silva teria recebido rápido demais o transplante do coração pelo SUS, o Ministério da Saúde veio a público informar que, na última semana, entre 19 e 26 de agosto, foram realizados 13 transplantes de coração no país, sendo sete no estado de São Paulo, unidade da federação com maior volume de transplantes.

Neste último domingo (27), além de Fausto, mais um paciente na capital paulista foi contemplado com um transplante cardíaco, ambos estavam priorizados na fila de espera do SUS, em razão do estado muito grave de saúde. “A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada”, destacou o Ministério.

Além disso, a lista de espera por um órgão é baseada em critérios técnicos, como: tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

“O Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que assegura que cirurgias de alta complexidade sejam realizadas para pacientes da rede pública e privada, em situação de igualdade. Os pacientes, por meio do SUS, recebem assistência integral, equânime, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante”, reforçou a nota do ministério.