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Sidrolândia

Curada do coronavírus, enfermeira faz relatos de como enfrentou sintomas, febre de 42ºC e dificuldade respiratória

Para quem sentiu na pele os sintomas agudos da doença, mesmo não sendo do grupo de risco, o Covid-19 não é só uma “gripezinha” como alguns céticos insistem em qualificar para criticar as medidas de distanciamento social.

Flávio Paes/Região News

14 de Abril de 2020 - 10:07

Curada do coronavírus, enfermeira faz relatos de como enfrentou sintomas, febre de 42ºC e dificuldade respiratória

Para quem sentiu na pele os sintomas agudos da doença, mesmo não sendo do grupo de risco, o Covid-19 não é só uma “gripezinha” como alguns céticos insistem em qualificar para criticar as medidas de distanciamento social. A enfermeira Tatiane Nantes, diretora da Secretaria Municipal de Saúde, até aqui o único caso confirmado em Sidrolândia de coronavírus (contraiu numa viagem à França), está curada e voltou ao trabalho há uma semana, após 17 dias de quarentena domiciliar.

Nesta entrevista ao Região News, dá um testemunho como paciente, não na condição de profissional da saúde, da violência com que este vírus ataca o organismo, compromete o sistema imunológico e acaba sendo fatal para os idosos ou quem tem a saúde fragilizada por comorbidades.

Ao contrário do que ela própria relatou quando retornou à cidade na segunda quinzena de março, até para não criar um clima de alarmismo na população, Tatiane não teve apenas sintomas leves da doença. Enfrentou dias difíceis, chegou a ter picos com 42ºC de febre, teve dificuldades respiratórios, chegou a perder o tato e olfato; “tudo o que comia parecia ser massa sem gosto”, relatou.

Como optou por se manter em isolamento, não procurou uma unidade de saúde para não contaminar outras pessoas. colocou-se como paciente de si mesma, além de ter contado com a ajuda de um médico da sua confiança que por telefone a orientava, receitando medicamentos (tomou antitérmicos, bronco dilatadores e antialérgicos) que o filho trazia e deixava no portão. Teve momentos de medo e angústia, quando recorreu a fé para se confortar.

O embate que Tatiane travou contra o vírus, só reforçou as convicções construídas em cima dos seus conhecimentos como profissional de saúde. O melhor caminho para conter a disseminação do coronavírus é manter as medidas de distanciamento social, evitar aglomerações. Suspender as restrições de mobilidade social seria, na avaliação dela, uma atitude irresponsável e criminosa.

“Sidrolândia é quase um bairro de Campo Grande, onde duas pessoas já morrem, uma delas por contaminação comunitária. O Ministério da Saúde alertou que o pico de transmissão do vírus será entre 6 e 20 de abril. Portanto, o vírus está circulando. É preciso que as pessoas fiquem em casa, mas não nas rodas de tereré com os amigos. Se precisar sair, tomem cuidado, evitem aglomeração, de preferência usem máscaras”, recomenda. Confira na íntegra a entrevista em que Tatiane dá seu testemunho sobre a doença, relata como foi sua rotina na quarentena e a volta ao trabalho.