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Sidrolândia

Diretoria mostra balanço com déficit mensal de R$ 138 mil e R$ 975,5 mil em contas a pagar

Em 7 meses, a receita média ficou em R$ 957.988,34, enquanto as despesas romperam a barreira de R$ 1 milhão (exatos R$ 1.096.914,76).

Flávio Paes/Região News

03 de Agosto de 2021 - 09:48

Diretoria mostra balanço com déficit mensal de R$ 138 mil e R$ 975,5 mil em contas a pagar
Tesoureiro, Eduardo Terra apresentou os números em prestação de contas nesta segunda. Foto: Marcos Tomé/RN

Em prestação de contas em formato de coletiva concedida à imprensa na terça-feira à noite no Sindicato Rural, marcada por críticas a gestão pública, aos vereadores, à imprensa e até ao Ministério Público, que estariam indiferentes as dificuldades da instituição, a diretoria da entidade mantenedora do Hospital Elmiria Silvério Barbosa, apresentou uma radiografia das finanças da instituição após sete meses da atual gestão.

Conforme os números apresentados pelo tesoureiro, Eduardo Terra, que estava acompanhado do presidente, Jacob Breure, neste período o hospital acumulou um déficit mensal de R$ 138.926.42. Em 7 meses, a receita média ficou em R$ 957.988,34, enquanto as despesas romperam a barreira de R$ 1 milhão (exatos R$ 1.096.914,76).

O resultado é que se acumularam no departamento financeiro da instituição, boletos não quitados que somam uma dívida de curto prazo no valor R$ 975.580,19, montante impagável com os repasses atuais que mal pagam os custos fixos, custeio, pessoal, encargos, insumos que aumentam de valor praticamente todo mês.

Como não há perspectiva de aumento desta receita (via repasse dos três níveis de Governo), a diretoria planeja promover uma campanha de arrecadação junto à sociedade (empresários e produtores rurais) para pagar estas contas em atraso e partir para um enxugamento de gastos, com corte de pessoal e serviços para equilibrar despesas e receita. O enxugamento deve resultar no fechamento da ala Covid-19, demissão de boa parte dos funcionários, médicos e equipe.

Durante a coletiva, Jacob revelou que a diretoria já recebeu notificação do Ministério Público, acionado pela Prefeitura, para prestar esclarecimentos sobre o uso de equipamentos públicos (um arco cirúrgico locado pelo município) para fazer cirurgias cardíacas particulares (colocação de marca passo).

Se o equipamento está lá ocioso, qual o problema de fazer cirurgias gente, que além de salvar vidas, gerou receita para o hospital?”, comentou Jacob Breure em tom de indignação. Em relação a Câmara de Vereadores, Jacob lembrou que o hospital recebeu um repasse de R$ 200 mil do Legislativo no final do mês de março e que houve a liberação para o Executivo de mais R$ 200 mil no dia 1º de julho, mas o dinheiro ainda não foi creditado na conta da instituição.

Diretoria mostra balanço com déficit mensal de R$ 138 mil e R$ 975,5 mil em contas a pagar
Presidente do Hospital Jacob Breure. Foto: Leoni Marcos/RN

Presente à prestação de contas, o secretário de Saúde, Luiz Carlos Alves Pitó, que presidiu o hospital até o final do ano, se manteve calado. Em contato com a reportagem na manhã desta terça-feira, o secretário garantiu que a gestão é parceria do hospital, tanto que desde janeiro, aumentou de R$ 165 mil para R$ 253 mil a subvenção.

Nós acrescentamos R$ 50 mil no repasse de R$ 200 mil feito pela Câmara no dia 26 de março”, lembra. O secretário revela que tão logo assumiu o Executivo, a prefeita Vanda Camilo fez um repasse extra de R$ 520 mil para o hospital quitar dívidas de curto prazo (R$ 400 mil) e arcar com as despesas (R$ 120 mil) da ala Covid-19.

O ex-presidente do hospital e atual secretário de Saúde, preferiu não se manifestar sobre os números apresentados pela atual diretoria. Se limitou em dizer que cada presidente tem sua forma de gerir as finanças, mas no período em que foi presidente se tinha menos recursos, consequentemente, maior estrangulamento financeiro.