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Sidrolândia

Em Sidrolândia, auxílio emergencial vai pagar R$ 5,6 milhões, o equivalente a 11 meses de bolsa família

Sidrolândia tem 3.185 contemplados com o bolsa família. O programa injeta todo mês na economia da cidade R$ 504.010,00.

Flávio Paes/Região News

23 de Abril de 2020 - 07:41

O auxilio emergencial de R$ 1.800,00 (em 3 parcelas de 600,00), que o Governo Federal começou a pagar à população de baixa renda, que enfrentam dificuldades para sobreviver durante o pico da pandemia do Covid-19, em 90 dias vai injetar na economia de Sidrolândia R$ 5,6 milhões (o equivalente ao valor líquido de uma folha de pagamento da Prefeitura).

Esta conta toma como referência apenas os 3.185 contemplados com o bolsa família, deixa de fora quem está no cadastro único (são 7.400, mais de 4 mil famílias não recebem bolsa), microempreendedores individuais e autônomos que se cadastraram pelo aplicativo da Caixa Econômica Federal.

O bolsa família injeta todo mês na economia da cidade R$ 504.010,00, enquanto a ajuda emergencial vai repassar a cada 30 dias, um valor quase 4 vezes maior, o montante de R$ 1.911.600,00. Em alguns casos, dependendo do valor do benefício recebido (que pode chegar ao teto de R$ 306,00, para quem tem mais dependentes) corresponderá a 11 meses de bolsa família.

Por exemplo, a diarista Dorcas de Jesus, 36 anos, mãe de 4 filhos, que ganha R$ 260,00 do “bolsa”, nos três meses de pagamento do auxílio emergencial receberá o equivalente a quase 7 meses de bolsa família. Ela mora num barraco no Assentamento Jatobá, na Esplanada Ferroviária e planeja usar parte do dinheiro na compra de óculos. “Preciso pra trabalhar, não estou conseguindo enxergar praticamente nada”, afirma.

Em Sidrolândia, auxílio emergencial vai pagar R$ 5,6 milhões, o equivalente a 11 meses de bolsa família

Diarista Dorcas de Jesus, 36 anos durante entrevista ao RN. Foto: Marcos Tomé/Região News.

O indígena Alcione Gabriel Jorge, morador na Aldeia Lagoinha, com uma renda média mensal de R$ 1.200,00, com os R$ 1.800,00, planeja garantir o sustento da família (é pai de três filhos), neste período em que não está conseguindo trabalho (é autônomo). O ex-assentado Manoel Feitosa, residente na agrovila do Jiboia, pretende usar o dinheiro extra para fazer algumas melhorias na casa onde mora.

Suspenso

O Ministério da Cidadania informou, em nota divulgada ontem a noite, que o governo está impedido legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. Na segunda-feira (22), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que os trabalhadores informais e pessoas inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidas em janeiro e fevereiro receberiam a segunda parcela nesta quinta-feira (23).

Segundo a nota, o ministério recebeu uma recomendação da Controladoria Geral da União (CGU) e cancelou a antecipação da segunda parcela.

O Ministério da Cidadania explicou que, devido ao alto número de informais cadastrados, o recurso disponível para cada uma das três parcelas é de R$ 32,7 bilhões, já foram transferidos R$ 31,3 bilhões e ainda serão avaliados cerca de 12 milhões de cadastros para a primeira parcela. Em função disso, o ministério produziu nesta quarta-feira uma nota técnica e solicitou ao Ministério da Economia a previsão para uma suplementação orçamentaria o mais rápido possível.

Segundo a nota, em função disso, por fatores legais e orçamentários e pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, o ministério está impedido legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio.