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Sidrolândia

INSS fechado condena trabalhadores ao drama da penúria financeira há meses

Muita gente há 15 meses convive com a penúria financeira.

Redação/Região News

26 de Setembro de 2021 - 20:37

INSS fechado condena trabalhadores ao drama da penúria financeira há meses
Foto: Arquivo/RN

A suspensão desde maio do ano passado do atendimento presencial na agência de Sidrolândia do INSS, por causa da pandemia, tem produzido uma série de dramas pessoais, extensivo às famílias de quem está à espera de um benefício da Previdência, como o auxílio-doença ou da perícia para se aposentar por invalidez. Muita gente há 15 meses convive com a penúria financeira.

Segundo Sérgio Bolsan, vice-presidente do Sindaves (Sindicato que representa os trabalhadores da JBS), a maior empregadora privada da cidade, muitos funcionários que tiveram de se afastar do serviço por problemas de saúde, há 10 meses estão na expectativa de receber o benefício da Previdência.

Drama pessoal enfrenta o caminheiro Claudinei Pereira, de 50 anos. Desde 2016 está sem condições de trabalhar, após o caminhão que dirigia ter caído numa ribanceira. O acidente aconteceu quando foi levar uma carga no Sul do País. Sobreviveu ao acidente, mas há 5 anos convive com as sequelas: dores crônicas, costelas quebradas, 70% dos pulmões comprometidos, além não ter mais força numa das mãos.

No último dia 8 passou pela perícia em Campo Grande. Além dos gastos com a viagem, teve de desembolsar R$ 1.200,00, com alguns exames, como ressonância magnética e radiografias. Para sua surpresa, segundo relatou a reportagem do RN, a perita o considerou apto para voltar ao trabalho, embora sequer tenha aberto o papel com os exames.

Em consequência, um dia depois teve o benefício de R$ 2 mil bloqueado. Com a voz embargada, além da sobrevivência da família, enfrenta o risco de ser preso por falta de pagamento da pensão alimentícia. "O que mais queria é voltar a trabalhar. Não aguento ficar mais em casa, mas infelizmente, estou sem condições. Além das dores, tonturas, fico cansado ao menor esforço físico", explica.

Situação complicada é a enfrentada por Emiliano da Silva Areco, 67 anos, desempregado, que está à espera do deferimento do pedido de aposentadoria por invalidez. Ele tem problemas cardíacos, possui prótese nos dois joelhos, que o impede de voltar ao trabalho.

Dona Rosane Gomes, convive com problemas na coluna que lhe rendem dores fortes, a incapacitando para retomar sua rotina de trabalho no lote onde mora com o marido Mateus, no Assentamento Jibóia. Teve de gastar com o deslocamento até Campo Grande, a mais de 60 km de casa, para fazer perícia. Desde 2016 teve de recorrer à Justiça mais de uma vez para receber o auxílio-doença. Agora sua luta é conseguir a aposentaria por invalidez.