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Sidrolândia

Prefeitura e hospital programam live para expor caos da Saúde e anunciar ações de enfrentamento da pandemia

O objetivo do pronunciamento é ajustar ações, descrever o quadro caótico da estrutura de saúde pública da cidade.

Flávio Paes/Região News

29 de Março de 2021 - 08:00

Prefeitura e hospital programam live para expor caos da Saúde e anunciar ações de enfrentamento da pandemia
Prefeita Vanda Camilo, o secretário de Saúde, Renato Couto. Foto: Marcos Tomé/RN

A prefeita Vanda Camilo, o secretário de Saúde, Renato Couto e o novo presidente da entidade mantenedora do Hospital Elmíria Silvério Barbosa, Jacob Breure, programaram para esta segunda-feira (29) uma live conjunta programada para começar às 9 horas no saguão de entrada do hospital.

O objetivo do pronunciamento é ajustar ações, descrever o quadro caótico da estrutura de saúde pública da cidade onde só no último final de semana, morreram 5 pessoas. Nesta pandemia, Sidrolândia já contabiliza 72 óbitos, 35 apenas nos primeiros 28 dias deste mês.

“Vamos deixar a polarização política de lado. Esquecer diferenças e buscar construir pontes de entendimento em torno do que nos une. Salvar vidas, unir forças para melhorar as condições de atendimento em toda a rede, inclusive no hospital que passa por um momento crítico com toda a estrutura de leitos ocupada", destaca a prefeita.

"Não podemos assistir indiferentes a perda de tantas vidas. Só a unidade vai permitir uma travessia menos dolorosa possível deste momento complicado que o mundo inteiro atravessa, não apenas Sidrolândia", acrescenta.

Vanda tem ido diariamente ao hospital, muitas vezes mais de uma vez e tem oferecido ajuda da Prefeitura, cedendo 200 mil devolvidos pela Câmara.

O hospital, mesmo com abertura de mais 12 leitos de tratamento semi intensivo, está superlotado com 25 pacientes. Só neste final de semana morreram 5 pessoas.

Entre os mortos um rapaz de 44 anos, faixa etária fora do grupo de risco. A vítima, o balconista farmacêutico, Izanildo Zannin, morreu após seis de internação. Na noite anterior, sexta-feira, foi a óbito uma mulher de 49 anos, a 6ª vítima fatal do Covid-19 residente no Distrito de Quebra Coco.

Segundo a médica Mariana Camilo, que trabalha na ala vermelha do Covid-19, nesta segunda onda, o vírus está muito mais agressivo e letal. O quadro dos pacientes evolui rapidamente. Muita gente tem morrido enquanto espera abrir uma vaga no respirador. "É uma cena terrível, você assistir impotente uma pessoa morrendo como estivesse sendo asfixiada", relata.

Das 35 pessoas que morreram neste mês em decorrência de complicações do novo coronavírus, 21 faleceram no Hospital Elmiria Silvério Barbosa, 13 morreram após serem transferidas para hospitais e uma, o servidor público conhecido como Beto Marreta, teve duas paradas cardíacas e morreu quando era traslado para o hospital da Cassems, em Dourados.

As limitações da estrutura de atendimento em Sidrolândia foram expostas dramaticamente desde que o sistema de saúde da Capital, referência regional no atendimento de alta complexidade, entrou em colapso, sem leitos até mesmo na rede privada.

Uma situação emblemática foi de Danilo Cazarin, 34 anos funcionário da Vacaria Transporte, que ficou vários dias internado no hospital. Só na sexta-feira o plano de saúde dele, a Unimed, conseguiu uma vaga num hospital de Assis, a 508 km quilômetros de Sidrolândia. A família de Danilo é de Dracena, cidade que fica a 238 km de Assis.