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Sidrolândia

TJ mantém presa envolvida na morte de idosa que teve o corpo queimado

No entendimento dos desembargadores, a preventiva de Sherry deve ser mantida diante da materialidade das provas.

Flávio Paes/Região News

13 de Dezembro de 2019 - 09:19

TJ mantém presa envolvida na morte de idosa que teve o corpo queimado

Por unanimidade a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, manteve presa Sherry Silva Maciel, 35 anos, acusada de ter agido em parceria com a merendeira Karina Beatriz Ferreira Lima, que 2016 foi candidata a vereadora pelo PT, para matar por asfixia (após dopar a vítima com calmante), atear fogo no corpo da aposentada Lídia Ferreira de Lima.

A vítima só foi identificada em junho deste ano, dois anos e sete meses após o cadáver ter sido encontrado enrolado num plástico às margens da MS-162, dia 27 de fevereiro de 2017, a 80 quilômetros da área urbana de Sidrolândia.

No entendimento dos desembargadores, a preventiva de Sherry (que está presa desde o último dia 05 de maio) deve ser mantida diante da materialidade das provas e indícios apurados, reforçados por detalhes apurados pela Polícia durante o inquérito.

“A paciente é acusada de arquitetar e executar o crime de homicídio qualificado pelo motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, a fim de se apropriar da aposentadoria e dos bens desta (idosa de 61 anos) e de seu espólio. Aproveitando-se de sua fragilidade, a envolveu em filme plástico, inclusive a cabeça e narinas, obstruindo assim as vias aéreas, causando-lhe a morte por asfixia mecânica".

A leitura do processo revela que Sherry e sua comparsa, Karina Beatriz, planejaram e colocaram em prática uma trama sórdida para explorar uma idosa de 61 anos, na época fragilizada pela morte da mãe. No processo, Karina acusa Sherry de ter praticado o crime. Sua participação (a da merendeira) teria sido a de transportar o corpo até o trevo da Água Fria, já no território de Maracaju. Foto: Robertinho/Maracaju Speed

TJ mantém presa envolvida na morte de idosa que teve o corpo queimado

A trama

No último mês de junho, após 2 anos de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito da morte da idosa identificada como Lídia Ferreira de Lima, que à época do crime tinha 61 anos. O corpo foi encontrado às margens da rodovia MS-162, enrolado em plástico filme e carbonizado no dia 27 de fevereiro de 2017.

Segundo as investigações, Karina Beatriz Ferreira de Lima (45), que foi candidata a vereadora em Sidrolândia em 2016, e Sherry Silva Maciel (35), assassinaram Lídia dando-lhe remédio para dormir e em seguida enrolaram seu rosto em plástico filme, matando-a por asfixia. Depois, elas levaram o corpo até Maracaju, jogaram às margens da MS-162, na região da Água Fria, ateando fogo para dificultar a identificação.

De acordo com a polícia, a vítima estaria passando por problemas psicológicos e de saúde, havia perdido a mãe, quando conheceu Karina, num centro espírita. A merendeira (na época lotada na Escola Estadual Catarina de Abreu) teria se aproveitado da fragilidade emocional de Lídia e a levou para sua casa, em Sidrolândia. Seu interesse era apropriar-se do espólio herdado pela idosa avaliado em R$ 1 milhão, além da pensão mensal dela de R$ 2 mil.

Com o tempo, Karina ganhou a confiança de Lídia e passou a cuidar de seus assuntos particulares, como transações e saques bancários. Ela morou com Karina por mais de dois anos e era mantida em cárcere privado, em um quarto nos fundos da residência.

Em julho de 2016, um dos filhos da vítima, identificado como Crispim, ingressou com ação de interdição e Karina viu a possibilidade de ser responsabilizada por vários crimes, foi quando iniciou seu plano para matar Lídia. Com intenção de justificar o sumiço da idosa para os familiares, ela começou a mandar informações falsas, como a que Lídia tinha um namorado em Maracaju e estaria indo morar com ele. Depois de desovarem o corpo de Lídia às margens da MS-162, as duas continuaram a usufruir da aposentadoria da idosa.

No inquérito a Polícia anexou imagens de Karina fazendo saques nos caixas eletrônicos com o cartão da vítima por mais de 15 meses, entre março de 2017 até agosto de 2018.