Sidrolandia
Após 19 meses, juiz aceita denúncia contra Zeolla
Campo Grande News
06 de Outubro de 2010 - 15:46
Um ano e sete meses após o crime, foi aceita ontem pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri e Crimes Dolosos Contra a Vida, a denúncia por homicídio contra o procurador de Justiça aposentado Carlos Alberto Zeolla, acusado de matar o sobrinho, Cláudio Zeolla, de 23 anos, no dia 3 de março do ano passado, em Campo Grande.
O processo estava parado desde abril, quando o advogado de defesa de Zeolla, Ricardo Trad, alegou insanidade mental do acusado. A perícia feita por ordem da justiça determinou que ele poderia responder pelo crime, mas a defesa contestou o resultado e encomendou um laudo do psquiatra conhecido nacionalmente Guido Palomba.
Esse laudo, juntando ao processo no dia 14 de setembro, afirma que Zeolla é semi-imputável, ou seja, tem consciência parcial de seus atos, e apresenta alta periculosidade social.
Diante do resultado, o juiz decidiu retomar o andamento da ação, determinou que o procurador permaneça internado na Clínica Carandá, em Campo Grande, e nomeou como curador do réu o advogado Ricardo Trad.
Provas e indícios- No despacho em que aceita a denúncia, o juiz Carlos Alberto Garcete afirma que há prova da materialidade dos delitos imputados ao acusado. Diz também que existem indícios suficientes da autoria. O magistrado cita a existência de confissão extrajudicial feita pelo denunciado.
A defesa de Zeolla recebeu prazo de 10 dias para apresentar defesa à acusação feita pelo MPE. Agora, o caso segue o tramite normal, com a realização de audiências para ouvir as testemunhas de acusação e defesa, interrogatório do réu, alegações finais de defesa e acusação e, por fim, a decisão do juiz se o procurador será submetido a júri popular.
Carlos Alberto Zeola foi acusado por matar o sobrinho no dia 3 de março, em frente a uma academia de ginástica, na Rua Bahia, em Campo Grande. O motivo teria sido uma agressão de Cláudio ao pai de Zeolla, Américo Zeolla. O procurador foi aposentado pelo MPE após o crime.