Sidrolandia
As vésperas de completar dois anos, movimento cai e 58% dos feirantes desistem de vender
No último sábado, por exemplo, a reportagem do Região News contabilizou que 82 das 156 barracas autorizadas não tinham sido montadas.
Flávio Paes/Região News
28 de Junho de 2015 - 21:32
Uma dos poucos projetos de boa repercussão popular implantado no primeiro ano do atual governo, a feira realizada aos sábados nas ruas Distrito Federal e Amazonas, inaugurada no dia 13 de julho de 2013, dá sinais de esgotamento. A queda do movimento (e em conseqüência) do faturamento, fez com que aproximadamente 58% dos feirantes, a maioria agricultores familiares, desistissem do negócio.
No último sábado, por exemplo, a reportagem do Região News contabilizou que 82 das 156 barracas com alvará da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, não tinham sido montadas. Restaram apenas 64 em funcionamento, incluindo as da praça de alimentação. Este esvaziamento, conforme avaliam os próprios feirantes, decorre de uma uma série de fatores, incluindo o fim das atrações musicais (que animavam as feiras), além da feira realizada no meio da semana no Bairro São Bento (o mais populoso da cidade) que pode ter tirado público da feira do sábado.
Os feirantes tem uma explicação mais simples: o volume de vendas caiu 60% e com isto, o faturamento obtido é irrisório diante do custo de fazer um deslocamento da zona rural (onde estão localizados seus lotes) até a cidade. Quem ainda não desistiu da feira, como Sebastião Trevizanuto, do Assentamento Vacaria, está desanimado.
Nos primeiros meses de funcionamento da feira, ele conseguia faturar até R$ 1.200,00 por semana. Hoje, este faturamento não passa de R$ 300,00, muito pouco para quem como ele mora a 45 quilômetros da cidade. Estou faturando num mês, o que antes conseguia semanalmente, reforça.
É visível o esvaziamento da feira, considerando que no auge do movimento, havia três fileiras de barraca na Rua Distrito Federal (nas laterais e no centro da pista). Hoje, o centro da pista está vazio, sem nenhuma barraca instalada. Um cenário bem diferente, do que a reportagem do Região News constatou em setembro de 2013, quando a feira completou dois meses de funcionamento.
Na época, feirantes como as cunhadas Sandra Barroso Salustiano, de 30 anos e Cristiane Santuarião Henrique, comemoravam o retorno financeiro. Elas conseguiam um bom faturamento por semana. Para isto cumpriam uma jornada de 10 horas para vender um amplo leque de produtos desde alface, cheiro verde, maxixe, tomate, couve-flor, quiabo, vagem, colhidos num lote no Alambari CUT que fica a 60 quilômetros da área urbana.