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Sidrolandia

Assentados são obrigados a alugar pastagem depois que queimadas destruíram 200 hectares de pasto

Enquanto a pastagem literalmente não renasce das cinzas, o gado pastoreia em busca de alimentação até perto das casas

Flávio Paes/Região News

04 de Setembro de 2013 - 13:33

As chuvas que caíram nos últimos dois dias em Sidrolândia  foram especialmente comemoradas pelas famílias assentadas da região do Che Guevara, no  Eldorado. Desde sexta-feira passada  os produtores estão  tendo de alugar  áreas de pastagens vizinhas, pagando R$ 15,00 por animal, para abrigar  seus pequenos rebanhos de gado. Assim como o restante do município, a região enfrentou 60 dias de estiagem, período em que também foram registradas duas geadas fortes.  Só está combinação de fatores já tinha sido suficiente para comprometer bastante a pastagem.

Na manhã da última sexta-feira, dia 30 de agosto, quando ventava muito, irrompeu uma queimada que se espalhou por vários lotes, queimando aproximadamente 200 hectares de pastagens, O fogo se aproximou perigosamente do quintal das casas, atingindo inclusive  árvores frutíferas ainda em fase de desenvolvimento.

Assentados são obrigados a alugar pastagem depois que queimadas destruíram 200 hectares de pastoEntre os lotes que mais sofreram com as queimadas estão o de José Pereira e Leonardo Alencar Pereira. Donos de 20 cabeças de gado tiveram de contar com a ajuda dos vizinhos para salvar os animais das chamas. “Foi muita sorte nenhum bicho ter morrido”, revela José, que espera por um período mais longo de chuva para a pastagem rebrotar e com isto trazer de voltar seu rebanho.

“A situação já estava complicada por causa da seca. O gado perdeu peso, mesmo recebendo milho e cana triturados de alimentação”.  Ele está convencido de que a queimada foi um incêndio criminoso. “Alguém ateou o fogo, o resto, o vento e o tempo seco  se encarregou de fazer o estrago”, explica.

Enquanto a pastagem literalmente não renasce das cinzas, o gado pastoreia em busca de alimentação até perto das casas.  Ontem à tarde dois animais  magros “passeavam” em meio  ao material da construção inacabada  num  dos lotes aparentemente abandonado. Segundo informações, a dona é uma assentada de 60 anos, que está em Dourados fazendo tratamento de saúde.