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Sidrolandia

Assentados se organizam em cooperativa para administrar Ceasa e eliminar atravessadores

Quando estiver pronta a central de comercialização a cooperativa vai assumir a administração da futura Ceasa.

Flávio Paes/Região News

14 de Julho de 2013 - 23:17

Um grupo de assentados está empenhado na organização de uma cooperativa da agricultura familiar que já tem sede provisória em Sidrolândia, na Rua Santa Catarina em frente do Supermercado Ponto Bom. Quando estiver pronta a central de comercialização que a Prefeitura construirá na saída para Campo Grande, a cooperativa vai assumir a administração da futura Ceasa.

Por enquanto, 50 produtores pagaram R$ 300,00 para se filiar a organização, mas a expectativa é ampliar o número de associados, abrangendo os assentados que atuam na produção de leite e hortigranjeiros. Segundo um dos líderes do movimento, José Andrade, quando a cooperativa tiver funcionando plenamente, vai dar suporte aos associados, oferecendo assistência técnica, suporte gerencial, além de promover compras conjuntas de insumos, o que garante negociação de preços menores com os fornecedores, usando como poder barganha a  aquisição em grande quantidade.

 Andrade acredita que com a cooperativa o pequeno produtor terá sua margem de lucro ampliada porque não haverá a figura do atravessador no processo de comercialização. Em contrapartida o associado pagará 20% do seu faturamento para a manutenção da cooperativa, que anualmente faz rateio da sobra (se houver lucro) entre eles. Na Ceasa será feita a classificação, separação e embalagem dos produtos, além da comercialização com os supermercados de Sidrolândia e da região.

Os assentados de Sidrolândia engajados no projeto da cooperativa estão disputando com os agricultores familiares de Itaquiraí uma verba de R$ 1,2 milhão para a construção de quatro entrepostos: no Eldorado II, Capão Bonito, São Pedro, Santa Lúcia (ou  no Geraldo Garcia). O objetivo com a implantação destes entrepostos (além de limpeza, classificação e embalagem dos produtos) é facilitar o escoamento da produção.

“O assentado não  terá de se deslocar até Campo Grande ou Sidrolândia para levar sua produção. Os entrepostos serão pontos de apoio”, explica. Hoje, embora muitos ainda não tenham conseguido acesso ao crédito do Pronaf, este grupo de 50 produtores de diferentes núcleos do Assentamento Eldorado, dedicados à produção de frutas e legumes, está conseguindo comercializar em média 100 caixas diariamente.

Mês passado eles conseguiram um faturamento bruto de R$ 50 mil, vendendo em supermercados e quitandas de Campo Grande, além de fornecer para a merenda escolar e a Conab, que destina os alimentos a hospitais e entidades filantrópicas.