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Sidrolandia

Base tenta acelerar votação, mas sabatina de Moraes na CCJ fica para próxima terça

Senadores aliados de Michel Temer queriam que sabatina acontecesse já nesta quarta (15); presidente da reunião decidiu, porém, dar uma semana para colegiado analisar relatório.

G1

14 de Fevereiro de 2017 - 14:11

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu marcar para a próxima terça-feira (21) a sabatina do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado para ocupar a vaga deixada por Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).

A data já havia sido indicada pelo presidente do colegiado, Edison Lobão (PMDB-MA) à TV Globo na última sexta (10). O senador, porém, ainda não havia marcado a data oficialmente.

Governistas queriam que a sabatina ocorresse já nesta quarta-feira (15), mas, diante de críticas da oposição, desistiram da antecipação.

Nesta terça, o relator da indicação, Eduardo Braga (PMDB-AM), leu parecer em que diz que Moraes é qualificado para ocupar a vaga no STF.

Manobra

A base de Temer queria aprovar a indicação de Moraes o quanto antes para evitar que o indicado – que foi filiado ao PSDB e cuja imparcialidade tem sido questionada por oposicionistas – continue a ser alvo de críticas de adversários e da opinião pública.

Aliados do Palácio do Planalto argumentaram que, em outra indicação de autoridade, foi necessária apenas uma semana da chegada da mensagem presidencial ao Senado para que fosse realizada a sabatina.

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que faz parte do costume do Senado votar indicações com rapidez. “É consuetudinário”, declarou.

Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que se a comissão acelerar o trâmite da indicação, a CCJ ficaria “desmoralizada”.

“O PMDB propor isso daqui é gravíssimo. É um escândalo. Nós não vamos aceitar isso. Que imagem os senadores vão passar à sociedade? Votar assim apressadamente? Nós precisamos de tempo. Essa CCJ estará desmoralizada se aprovar a posição do senador Romero Jucá”, opinou Lindbergh.

O senador Lasier Martins (PSD-RS) também se demonstrou contrário à aceleração da votação. “Consuetudinário significa prática reiterada. Ora, temos apenas um único exemplo em que isso aconteceu”, expôs.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que cabia ao presidente da comissão decidir sobre os prazos da tramitação da indicação no colegiado.

Apesar da pressão de governistas, o vice-presidente da CCJ, Antonio Anastasia (PSDB-MG), que presidia os trabalhos na ausência de Edison Lobão (PMDB-MA), entendeu que a sabatina deveria ser mantida para a próxima terça-feira.

Diante do entendimento de Anastasia, os governistas, representados por Romero Jucá, decidiram aceitar a data e desistiram da antecipação.