Sidrolandia
Bebê com doença rara comove e número de doadores cresce 200%
O mesmo aconteceu quando Jonas Amorim Rosa, de 1 ano, descobriu que precisava de um transplante de medula, em novembro do ano passado
Campo Grande News
29 de Março de 2014 - 07:25
Diego Racena, 34 anos, pode não saber, mas a luta para encontrar um doador de medula compatível com o filho Timóteo, que com pouco mais de um mês de vida foi diagnosticado com uma doença autoimune, vai salvar a vida de muita gente.
No setor de captação de medula da Hemorrede de Mato Grosso do Sul, o número de doadores cresceu 200% desde que Diego começou uma campanha nas redes sociais para a cura de Timóteo, no domingo (23).
Hoje, 240 pacientes do Estado aguardam por um doador de medula óssea, e 103.904 estão inscritas como voluntários no cadastro do Inca (Instituto Nacional do Câncer), à disposição para doar. No entanto, não há relação entre os números, já que o banco de doadores é receptores é nacional - um paciente daqui pode encontrar alguém compatível em qualquer lugar, e vice-versa e as chances de apenas uma em 100 mil.
Os dados ainda não foram oficializados, mas a coordenadora da Hemorrede, Lucéia Maria Fernandes da Silva, estima que 300 novos voluntários se apresentaram desde que a campanha em prol de Timóteo tomou grandes proporções na mídia local. Em situações normais, não passava de cinco por semana, afirma.
O banco também não compila a idade dos pacientes que esperam por um doador. Não é o foco, já que quando existe a compatibilidade, a faixa etária não interfere no sucesso do transplante, explica Lucéia.
Doenças autoimunes, acrescenta a coordenadora da Central Estadual de Transplantes de MS, Claire Miozzo, atingem por igual pessoas de todas as faixas etárias. Parecem ser mais freqüentes crianças acometidas, mas é porque casos como o do Timóteo, que é apenas um bebê, causam maior comoção e são mais divulgados, opina.
Jonas - O mesmo aconteceu quando Jonas Amorim Rosa, de 1 ano, descobriu que precisava de um transplante de medula, em novembro do ano passado. A busca incessante por um doador por meio da campanha Doe Vida ao Jonas também mobilizou os campo-grandenses.
Jonas não encontrou um doador compatível e mantém o tratamento com quimioterapia para controlar a doença e manter os níveis de imunidade. E, para Timóteo, apesar da grande quantidade de voluntários que já se apresentaram, o dia D será amanhã, quando equipes do Hemosul farão um mutirão de coleta. Ele também passa por sessões de quimioterapia.
Campanhas como estas são excelentes. Se a sua medula não servir para o Timóteo ou para Jonas, pode servir para outra pessoa, acrescenta Lucéia, que explica que, hoje, a Hemorrede se desdobra com três funcionários para realizar a captação itinerante de doadores. Nossa meta é ter mais voluntários pra colaborar com as campanhas, finaliza.