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Sidrolandia

Cacique de Dourados denuncia escalada da violência na aldeia

Renato e outros indígenas foram recebidos em audiência na Assembléia onde também estavam delegados e promotores

Dourados Agora

07 de Abril de 2011 - 10:54

O cacique da tribo Guarani Renato de Souza, de Dourados, e outras dezenas de lideranças de Caarapó e Maracaju estiveram, na terça-feira, na Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul para reivindicar segurança na Reserva Indígena de Dourados e outros municípios.

Renato e outros indígenas foram recebidos em audiência na Assembléia onde também estavam delegados e promotores. Segundo ele, os índios querem policiamento ostensivo nas aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, onde se registra elevado índice de criminalidade.

As famílias estão apavoradas com a situação já que eles perderam a liberdade de transitar pelas estradas vicinais onde vem ocorrendo assaltos à mão armada, espancamentos, estupros e outros crimes.

Recentemente, na Aldeia Bororó, duas crianças foram violentadas. Uma das vítimas, uma menina foi estuprada pelo próprio pai que é mestiço, conta Renato. Ele está preso em Dourados. A outra menina, de seis anos, sofreu violência ontem por volta das 10h. A polícia está no encalço do acusado.

Renato e lideranças da região questionam se, de fato, a polícia estaria proibida de entrar das aldeias porque se não for verdade eles pretendem exigir a implementação de um posto policial fixo na entrada na Reserva.

De acordo com Renato, a violência na aldeia já chegou às escolas. “Alunos da Escola Francisco Meirelles reclamaram que pessoas invadiram o local e passaram a agredir. Eles falaram que foi uma milícia que chegou para apartar uma briga de crianças. Teve um que chegou armado com revólver e surraram crianças. A escola não fica na aldeia, é na Missão Caiuiás. A chefia deveria ter impedido isto. E se acontecesse alguma coisa mais grave?”, questiona. Renato acredita que por tudo isto, a presença da polícia, seja a PM ou a Guarda, seja necessária na Reserva de Dourados, como nas outras aldeias do estado.

Renato diz que por enquanto procurou a imprensa para fazer um alerta, mas previne que pretende apelar ao Ministério Público, para denunciar a situação.