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Sidrolandia

Casais sem filho são quase 20% dos arranjos familiares no país, diz IBGE

Mais escolaridade e modernização das relações sociais explicam mudança. Taxa de filhos por mulher caiu 18,6% em 10 anos no país.

G1

04 de Dezembro de 2015 - 09:21

A taxa de fecundidade continua em queda no Brasil. Em dez anos, o indicador recuou 18,6%, chegando a 1,74 filho por mulher em 2014. Os números estão na Síntese de Indicadores Sociais 2015, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a redução, ganha importância o número de casais sem filhos e também cresce o número de pessoas que vivem sozinhas. O arranjo familiar formado por casal sem filho se tornou, nos últimos anos, o segundo em participação, chegando a 19,9% em 2014. No ano anterior, o número estava em 19,4% e dez anos antes, em 14,7%.

O primeiro ainda são casais com filhos, mas houve redução na proporção: de 51%, em 2004, passou a 42,9% do total, em 2014. Em 2004, as pessoas que viviam sozinhas eram 10% dos arranjos familiares. No ano passado, eram 14,4%.

O IBGE considera ainda as famílias em que há mulheres sem cônjuge e com filhos (cuja proporção ficou em 16,3% em 2014), outros arranjos familiares com parentesco (6,3%) e arranjos sem parentesco (0,3%). Esses três tipos de família mantiveram-se praticamente estáveis em 2014. No caso das mulheres sem cônjuge e com filhos, houve ligeira redução (de 0,2 ponto) entre 2013 e 2014.

Além-tendência de haver menos crianças na população, "o aprofundamento da modernização das relações sociais, o aumento da escolaridade e da inserção das mulheres no mundo do trabalho também são fatores que produzem alterações nos arranjos familiares", diz a Síntese de Indicadores Sociais.

Filhos por mulher

Os estados com as maiores taxas de fecundidade no ano passado foram Acre (2,52 filhos por mulher), Amapá (2,34), Amazonas (2,32), Roraima (2,27), Maranhão (2,22) e Pará (2,15).

Os menores valores foram observados em Santa Catarina e Distrito Federal (1,57 filho por mulher), Rio Grande do Sul (1,58) e Rio de Janeiro (1,60). As mulheres mais propensas a engravidar em 2014 tinham entre 20 e 24 anos, segundo o IBGE.

Gravidez na adolescência

As adolescentes (de 15 a 19 anos) também estão tendo menos filhos, mas a participação delas na fecundidade total ainda é alta – passou de 18,4% para 17,4% do total em dez anos. Na média, a taxa de fecundidade entre adolescentes passou de 78,8 para 60,5 por cada mil mulheres entre 2004 e 2014 no Brasil.

De acordo com o IBGE, esse índice é próximo ao nível observado para a região da América Latina e Caribe (66,5 por mil para o período 2010-15) e abaixo dos níveis africanos (98,5 por mil). No entanto, a taxa é elevada se comparada à Europa (16,2 por mil) e América do Norte (28,3 por mil). A comparação leva em conta dados reunidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Perfis

O perfil das mães adolescentes é bem diferente das que não tiveram filhos, segundo dados da Pnad de 2014.

A maioria daquelas com ao menos um filho tinha 18 ou 19 anos de idade. Somente 37,1% estavam na condição de filha na casa e 34,2% estavam na condição de cônjuge. A escolaridade foi de 7,7 anos de estudo em média, sendo que somente 20,1% ainda estavam estudando. A maior parte (59,7%) não estudava e não trabalhava quando foi feita a pesquisa.

As meninas sem filhos tinham, em média, de 15 a 17 anos. 78,5% delas estavam na condição de filha na casa. A escolaridade foi de 8,9 anos de estudo, em média, sendo que 73,7% ainda estavam estudando e cerca de 14,7% não estudavam e não trabalhavam.

A proporção de jovens que cuidavam das tarefas domésticas era maior entre as com filhos do que entre as sem filhos, assim como o número médio de horas dedicado a isso.

Sobre a pesquisa

A Síntese de Indicadores Sociais é uma publicação anual que reúne pesquisas do IBGE sobre as condições de vida da população. Há dados sobre demografia, renda, trabalho, família, educação e saúde.