Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 19 de Abril de 2024

Sidrolandia

Coleta de lixo é precária e expõe garis a risco de acidentes em Nova Andradina

Hoje, dois caminhões da prefeitura de Nova Andradina são responsáveis pela coleta do lixo dos quase 50 mil habitantes da cidade

Campo Grande News

03 de Abril de 2014 - 16:55

As condições da coleta do lixo em Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande, são degradantes: os funcionários da prefeitura trabalham em meio ao lixo, em caminhões tão abarrotados que mal sobra espaço para o transporte deles.

Na última segunda-feira (31), uma das trabalhadoras, de 44 anos, se desequilibrou, caiu do caminhão da coleta seletiva – esta terceirizada – e precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Ela não usava qualquer equipamento de segurança e o veículo não oferece nenhum tipo de proteção.

A situação da categoria foi denunciada a Promotoria de Justiça de Nova Andradina. Na denúncia consta, ainda, outras irregularidades que seriam cometidas pela administração municipal em relação à coleta do lixo: falta de veículos apropriados, que cometeriam infrações de trânsito por não ter condições de trafegar; mau uso do dinheiro público (consta no documento enviado ao MP que o serviço é mal feito, porque o lixo se perderia no trajeto entre as casas e o local de descarte), além da falta de mão de obra.

 “Às vezes o lixo chega em seu destino com menos de metade da carga”, aponta o autor da denúncia, o empresário Edilson Gonçalves Dias. “E sem contratação de pessoal, alguns funcionários estão há cinco anos tem tirar férias”, acrescenta.

Hoje, dois caminhões da prefeitura de Nova Andradina são responsáveis pela coleta do lixo dos quase 50 mil habitantes da cidade. O empresário também formalizou denúncias no Detran, para que os veículos sejam vistoriados, e registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar. “O lixo pode cair a qualquer a momento e é um risco aos pedestres e motoristas”.

Dias faz oposição ao atual prefeito, Roberto Hashioka Soler (PMDB) e, nas eleições municipais de 2012, concorreu como vice-prefeito pelo PT, junto com Luiz Tadao Mitsunaga. “E como alegam que o prefeito não atende às solicitações, vieram me procurar”, explica.

Outro lado – O prefeito Roberto admite os problemas em relação à coleta de lixo na cidade, mas afirma que, aos poucos, está “ajeitando a casa”. Ele aponta como “a maior dificuldade”, a frota de caminhões que faz o serviço.

“O caminhão coletor não é apropriado e, de imediato, precisamos de pelo menos mais um”, resume. Conforme o prefeito, a administração municipal aguarda a liberação de R$ 220 mil pela Funasa (Fundação Nacional da Saúde) para aquisição de outro veículo. “O Plano Diretor de Resíduos Sólidos foi encaminhado no início do ano, agora, esperamos o repasse”.

Outra providência é a formação de convênio com o judiciário, que pode ceder caminhões apreendidos para uso na coleta do lixo. “As conversas com a vara criminal estão bem adiantadas. Eles cedem o carro, nós compraremos uma prensa coletora, e dá para regularizar a situação”.

O prefeito também admitiu a falta de pessoal - “vários se aposentaram” – e afirma que, na semana passada, concluiu processo seletivo para contratação de dez funcionários. “Mas só conseguimos três. A falta de interesse em atuar nesta vaga tem sido entrave”.

Sobre o acidente da funcionária, Roberto afirma que a empresa que faz a coleta seletiva não é contratada pela prefeitura.