Sidrolandia
Com crédito de R$ 311 mil para receber dos estudantes, Vacaria Turismo tira ônibus do transporte universitário
O proprietário da empresa alega que só retomará o atendimento dos associados da União dos Estudantes de Sidrolândia (UES) se receber os R$ 311 mil.
Flávio Paes/Região News
05 de Agosto de 2014 - 14:59
O transporte dos universitários de Sidrolândia que estudam em Campo Grande e Maracaju passa por um momento de turbulência. Pela quarta vez neste ano a Vacaria Turismo, que chegou a colocar em circulação uma frota de 11 veículos, interrompeu o serviço. O proprietário da empresa garante que só retomará o atendimento dos associados da União dos Estudantes de Sidrolândia (UES) se receber os R$ 311 mil que alega ter para receber, valor referente as mensalidades dos meses de junho e julho que não foram pagas pelos estudantes. Em julho é feita cobrança, embora seja um período de férias, para compensar o mês de dezembro, quando não há pagamento.
"Se até dia 11 não receber estes atrasados, nenhum ônibus da Vacarias voltará a fazer o transporte universitário. Volto a lembrar que a empresa tem seus compromissos e vem arcando com o prejuízo", assegura Moacyr Almeida. Ele se queixa da falta de informação sobre o que de fato está ocorrendo para os estudantes estarem inadimplentes, especialmente, os beneficiados com a subvenção bancada pela Prefeitura.
Diante do risco de perder o semestre, muitas estudantes estão migrando da UES para a Associação dos Campesinos, que também está oferecendo o serviço cobrando mais barato de quem não receber subsidio da Prefeitura. A entidade atraiu sócios em número suficiente para lotar seis ônibus (dois matutinos e quatro noturno) e oito vans. Mais dois ônibus serão colocados em circulação para atender quem estuda à tarde. Quem não tem subvenção paga R$ 280,00 de mensalidade, enquanto na UES, a mensalidade é mais cara, R$ 316,00 (incluindo taxa de manutenção).
Na tarde desta terça-feira muitos estudantes procuraram a sede da entidade para buscar vaga nos ônibus. Foi o caso de Demencilio de Souza, 36 anos, estudante de engenharia da produção na UNAES, que volta às aulas na segunda-feira. Acabou desistindo de concluir o 3º semestre, por conta das sucessivas interrupções do transporte no 1º semestre, quando a Vacaria teria suspendido o serviço pelo menos quatro vezes, sempre sob o argumento da falta de pagamento.
Aniela Amorim, moradora na Aldeia Tereré, foi em busca de apoio da Associação dos Campesinos para resolver o problema de transporte. Ela é estudante do 1º ano do curso de técnica de enfermagem na escola Padrão, pagando mensalidade de R$ 300,00. Como não conseguiu a subvenção da Prefeitura e está devendo os meses de fevereiro a abril na UES. "Consegui carona e fiz as provas do 1º semestre no mês de maio. Não tenho condições de pagar R$ 280,00 por mês para usar o ônibus", argumenta.