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Sidrolandia

Com prejuízo de R$ 150 mil, catadores suspeitam de incêndio criminoso

A informação de que o “rombo” passa dos R$ 100 mil é confirmada por Gilda Macedo, que pensa, inclusive, em acionar a Prefeitura para arcar com o prejuízo de praticamente um mês de trabalho.

Campo Grande News

16 de Setembro de 2013 - 14:45

A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis nos Aterros Sanitários de Mato Grosso do Sul estima prejuízo acima de R$ 150 mil com o incêndio deste domingo. Vinculada à UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos), do bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, o local foi ativado há um ano, em setembro de 2012.

Para os trabalhadores, o fogo não surgiu por acaso. Há indícios, segundo eles, de que a ação tenha sido criminosa. Um motociclista foi visto minutos antes do primeiro foco surgir, próximo ao galpão principal, onde ficam os maquinários. A suspeita é de que ele tenha ateado fogo no lixo. “Esse incêndio é criminoso. Nós vamos apurar. Vimos uma moto cinza entrar aqui”, ressaltou a atual presidente da unidade, Gilda Macedo, 45 anos.

O cálculo do prejuízo, ainda preliminar, é do presidente da Cooperativa de Catadores, Daniel Arguellho Obelar, 35 anos. “Tinha material pronto para ser vendido, para processar e alguns maquinários. Cinco prensas foram afetas”, disse.

O valor inclui, segundo ele, a folha de pagamento dos cerca de 100 catadores, que gira em torno de R$ 75 mil. A informação de que o “rombo” passa dos R$ 100 mil é confirmada por Gilda Macedo, que pensa, inclusive, em acionar a Prefeitura para arcar com o prejuízo de praticamente um mês de trabalho.

Revolta - Na avaliação dela, a culpa é do poder público que entregou a unidade antes de finalizar as obras. Se o lixo estivesse no local apropriado, na área de triagem, que é cercada por concreto, o material, apesar do fogo, estaria intacto.

O problema é que o espaço não foi finalizado, assim com o galpão, disse, que não tem, sequer, proteção lateral. O terreno é cercado por telas de arame, mas qualquer um consegue entrar, destacou. “Trabalhamos sem segurança”, resumiu a mulher.

Entenda o caso – Na tarde de domingo (14), um incêndio de grande proporção destruiu parte da Unidade de Tratamento de Resíduos do bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, para onde foram encaminhados, pela Prefeitura, no final do ano passado, os catadores que trabalhavam no lixão da Capital.

O fogo, que começou por volta das 11h e só foi controlado perto das 14h, destruiu materiais prontos, já prensados, que iriam ser vendidos nas indústrias, e os que estavam separados há pelo menos um mês. As chamas também atingiram cinco prensas, equipamentos que custam, em média, segundo a presidente da UTR, R$ 20 mil reais.

O maquinário estava em um galpão, onde também ficavam balanças e esteiras. Ainda não se sabe se tudo foi queimado. O material perdido seria vendido pela unidade para pagar, na próxima semana, os salários dos catadores que, agora, ficaram na mão.

Durante o incêndio, ninguém se feriu. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros ficou à disposição dos trabalhadores, mas nenhum deles, apesar de terem inalado fumaça, aceitou atendimento porque estavam empenhados em apagar o fogo, que se alastrou rapidamente. As causas do incêndio ainda serão apuradas.