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Sidrolandia

Comissão da Aldeia Buriti ameaça acampar na FUNAI para cobrar demarcação

Enquanto a comunidade trabalha para agilizar o processo de demarcação de posse, advogado da fazenda 3R ainda aguarda o TRF

Flávio Paes/Região News

30 de Maio de 2011 - 20:40

Comissão da Aldeia Buriti ameaça acampar na FUNAI para cobrar demarcação
Comiss - Foto: Jo

A comissão  e 13  índios da Reserva Buriti  promete acampar na FUNAI enquanto não tiver uma resposta conclusiva da autarquia sobre a demarcação dos 17.200 hectares reconhecidos como terra indígena  em portaria do Ministério da Justiça, com base em estudo antropológico.

No grupo estão lideranças que ocupa há 21 dias  a Fazenda 3 R, uma das três propriedades da família que os terenas querem incorporar a aldeia. A comissão que está  formada pelo cacique Messias Sol Dias e os líderes Manoelito Pereira e Antônio Aparecido Jorge, da aldeia Córrego do Meio; cacique Tadeu Reginaldo, da Olho d'água; cacique Wilson Cordeiro, da Oliveira; cacique Leônidas Rodrigues, da aldeia Barreirinho e da Buriti o cacique Rodrigues Alcântara e líderes terena Percedino Rodrigues, Alberto França, Antônio Bernando Gabriel, Agostinho Alcântara, Egídio Mamede e Gerson Pinto Alves.

Enquanto a comunidade trabalha para agilizar o processo de demarcação de posse, advogado da fazenda 3R ainda aguarda o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, decidir o desembargador competente para o caso.

Segundo o advogado da fazenda, Newley Amarilha, não há uma previsão de quando o Tribunal vai indicar o magistrado. A expectativa era que a decisão saísse nesta segunda-feira. A a liminar, que pedia a retirada dos índios que estão na fazenda, concedida pela Justiça Federal, foi suspensa na sexta-feira (20).

Depois da decisão do magistrado competente, o recurso de agravo da Funai (Fundação Nacional do Índio) será analisado. Retomada - Aproximadamente 2 mil índios terena estão na retomada pela terra desde o dia 10 de maio. A reivindicação é pela demarcação dos 17 mil hectares já identificados como indígenas.

Uma equipe do site Campo Grande News esteve na fazenda no último dia 24 e acompanhou a preparação do solo para início da plantação. Demarcação - A terra indígena Buriti, correspondente a 17,2 mil hectares, é reivindicada há décadas, mas só foi identificada pela FUNAI em agosto de 2001.

Após a publicação do relatório de identificação, fazendeiros da região pediram na Justiça que fosse declarada a nulidade da identificação antropológica. Depois de nove anos de espera, com a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de São Paulo, reconhecendo os direitos territoriais dos terenas, foi publicada a portaria declaratória pelo Ministério da Justiça, com os limites da terra indígena Buriti.

De lá para cá, foram diversas movimentações do povo terena pedindo rapidez no julgamento dos processos e a conclusão das demarcações. Em Outubro de 2009, houve uma grande mobilização de retomada de terras, em que os terena acabaram sendo violentamente expulsos por ação da Polícia Militar do Estado em conjunto com fazendeiros, sem que houvesse ordem judicial para isso.