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Sidrolandia

Congresso debate desafios do setor sucroalcooleiro no país

Agência Brasil

07 de Outubro de 2010 - 10:13

No futuro, os produtores de cana-de-açúcar terão que optar entre alimentar as pessoas e os animais ou abastecer os carros. Esse é um dos principais assuntos discutidos até agora no 4º Congresso Internacional de Bioprocessos na Indústria de Alimentos (ICBF 2010), que ocorre até amanhã (8), em Curitiba, com a presença de 1,3 mil participantes do país e de mais 40 países.

O Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que exista 1 bilhão de famintos no mundo, o que leva os cientistas a aprofundar o debate sobre a produção de alimentos para atender à demanda. Os especialistas acreditam que o Brasil vive uma encruzilhada em que se deve escolher entre usar grandes extensões de terra para plantar alimentos e saciar a fome no mundo ou atender ao clamor do mercado pelo aumento de combustível por fontes renováveis e continuar produzindo cana-de-açúcar.

O professor Claude-Gilles Dussap, da Universidade Blaise Pascal, na França, disse que em 2010 o ser humano já consumiu, em sete meses, a produção da agroindústria destinada ao ano todo.

Segundo o professor de Genética de Plantas da Universidade de Campinas (Unicamp), Marcelo Menossi, a comunidade científica estuda qual será a demanda por etanol no futuro e de que maneira a ciência poderá contribuir nesse processo, além de aumentar as áreas cultivadas. Segundo ele, o Brasil deve dobrar a produção de etanol até 2025. Hoje, o país produz 100 bilhões de litros de etanol por ano, volume insuficiente daqui a 15 anos.

Para o professor, o governo necessita também regular mercado sucroalcooleiro. “Além da demanda global por etanol, cresce na mesma proporção a necessidade de açúcar pela indústria, a indústria e os usineiros deverão se deparar com uma decisão estratégica que não pertence somente aos empresários, mas ao país”, ressaltou. Ele alerta que o governo precisa se preparar para essa situação com planejamento energético, firmar contratos que regulamentem o fornecimento do que cada usina irá produzir de etanol e quais as áreas cultivadas para açúcar e álcool. "Hoje, cada um planta o que quer”, declarou.