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Sidrolandia

Conselho Municipal de Saúde não dá aval para o fechamento da unidade central na madrugada

O colegiado, que reúne representantes dos usuários e funcionários do Sistema Único de Saúde, sabatinou durante mais de duas horas a secretária municipal de Saúde.

Flávio Paes/Região News

03 de Setembro de 2013 - 18:26

Foto: Marcos Tomé/Região News

Conselho Municipal  de Saúde não dá aval para o fechamento  da unidade central  na madrugada

Presidente do Conselho Municipal de Saúde durante reunião

Reunido nesta terça-feira à tarde o Conselho Municipal de Saúde condenou a decisão da  Prefeitura de Sidrolândia, adotada deste de domingo, de fechar a Unidade Central de Saúde Acelino Roberto Ferreira entre a meia noite e às 6 horas da manhã. O prefeito não é obrigado a acatar a deliberação, mas fica sem o respaldo de um  órgão com legitimidade legal para exercer o papel de controle social da saúde pública.

O colegiado, que reúne representantes dos usuários e funcionários do Sistema Único de Saúde, sabatinou durante mais de duas horas a secretária municipal de Saúde,  Leila Couto, que confessou seu constrangimento de adotar a medida, mas  a considera indispensável diante da situação financeira enfrentada pelo município.

A secretária chegou às lágrimas diante de alguns questionamentos dos conselheiros descontentes pelo fato de não ter havido uma consulta prévia ao órgão. Já na sua primeira intervenção, o presidente do Conselho, Pastor Pedro Macedo, manifestou  seu posicionamento pessoal contrário  que os conselheiros  convalidassem uma decisão sobre a qual não  foram convidados  a participar da sua formulação.

Deixou claro seu temor de que aprovando a medida, no futuro, como presidente do Conselho, poderia ser responsabilizado judicialmente, caso o atendimento a população fique comprometido. “Não estamos discutindo a medida em si, sobretudo, o fato  de ter sido tomada de cima pra baixo”, argumenta o presidente do Conselho, Pastor Pedro  que se mostrou indignado pelo fato de sequer ter sido encaminhado um documento dirigido especificamente ao  conselho informando o fechamento do posto central  durante a madrugada.

Ele lembrou  que a comunicação  da Secretaria de Saúde sobre a medida foi à mesma endereçada aos funcionários plantonistas.  “Faltam mais informações, principalmente, sobre como será o atendimento a partir de agora. O hospital estará preparado  para absorver esta demanda adicional?”, questionou.

Também levantaram questionamentos representantes dos funcionários no conselho, a técnica de enfermagem Selma Leite e  Weber Joaquim. A queixa  é a mesma, a forma como a decisão  foi tomada sem nenhuma  consulta prévia aos profissionais  da saúde, além do próprio conselho.

“Soube que já houve uma reunião com os médicos. Não se pode esquecer que além deles,  há uma equipe, onde estão enfermeiros, atendentes de enfermagem, funcionários da recepção, que merecem também ser ouvidos”, ponderaram. A secretária explicou que não se  reuniu antes com o conselho porque só na sexta-feira (30/08) pela manhã, o prefeito assinou o decreto oficializando o fechamento do posto central a partir da meia-noite.

Ela reafirmou seu compromisso com o SUS, lembrou que se especializou na universidade em saúde pública de Santa Maria (RS) e trabalhou na estruturação do sistema em Sidrolândia, inclusive  do  conselho municipal de saúde, instituindo um modelo que serviu de referência para outras cidades, como São Gabriel do Oeste.